Kim Jong-un reforça aproximação com Coreia do Sul e recebe irmã como heroÃna
Irmã do lÃder norte-coreano realizou, juntamente com delegação, uma histórica viagem à Coreia do Sul. Expedição teve como resultado um convite para que o presidente sul-coreano visite Pyongyang
O lÃder norte-coreano Kim Jong-un recebeu com honras nesta
terça-feira (13) sua irmã e a delegação que realizou uma histórica viagem Ã
Coreia do Sul, qualificando sua missão como um “êxito”, o que
fortalece ainda mais a figura de Kim Yo-jong dentro do regime.
O Rodong Sinmun, jornal oficial de Pyongyang, publicou hoje
duas fotos em sua capa que salientam o tratamento heroico que se tem dado Ã
irmã do lÃder e aos demais delegados e artistas que retornaram do paÃs vizinho.
Na primeira imagem, Kim Jong-un aparece ladeado por uma
sorridente Kim Yo-jong – que lhe agarra pelo braço com gesto carinhoso – e pelo
chefe de Estado do paÃs, Kim Yong-nam.
Ambos lideraram uma expedição que teve como resultado um
convite para que o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, visite Pyongyang, e
pela qual o marechal norte-coreano expressou “sua satisfação”,
segundo afirmam hoje os meios de comunicação estatais norte-coreanos.
O lÃder destacou “a importância de seguir obtendo bons
resultados enquanto se encoraja o cálido clima de reconciliação e diálogo”
com a Coreia do Sul, paÃs com o qual seu regime segue tecnicamente em guerra há
mais de 65 anos.
Os acordos alcançados em janeiro entre os dois Estados para
que a Coreia do Norte participasse dos Jogos OlÃmpicos de Inverno que acontecem
no condado sul-coreano de PyeongChang prepararam a mencionada visita, que por
sua vez serviu para consolidar, tanto no fechado paÃs como fora dele, a imagem
de Kim Yo-jong.
Embora a irmã do lÃder siga envolta em um véu de mistério –
se desconhece quase tudo sobre seu passado e ela quase não falou em frente à s
câmeras – o foco dos meios de comunicação se fixou insistentemente em seu porte
e em seu gesto sorridente.
O fato de aparecer pela primeira vez retratada em atitude
abertamente familiar com seu irmão não faz mais que respaldar a fulgurante
ascensão desta mulher, que acredita-se que tem entre 29 e 31 anos e que foi
escolhida pelo seu irmão para ser o primeiro membro da dinastia Kim a pisar na
Coreia do Sul.
Nomeada em 2014 como vice-diretora do Departamento de
Propaganda do Partido dos Trabalhadores norte-coreano, foi designada também
membro do politburo da legenda em outubro do ano passado, algo que até agora
apenas outra mulher tinha conseguido na Coreia do Norte, a sua tia Kim
Kyung-hui, que obteve o cargo muito mais tarde, aos 42 anos.
Agora, a histórica viagem ao Sul parece não deixar dúvidas
que Yo-jong é até hoje o mais parecido com um “braço direito” do
lÃder norte-coreano.
O fortalecimento da irmã mais nova do lÃder coincide com o
aniversário hoje do misterioso assassinato há um ano no aeroporto de Kuala
Lumpur de Kim Jong-nam, meio irmão de Kim Jong-un e de Yo-jong, pelo qual o
regime de Pyongyang é acusado.
A capa do Rodong Sinmun também mostra hoje o lÃder posando
com boa parte das 140 integrantes da orquestra Samjiyon, que fez dois concertos
na Coreia do Sul na semana passada aproveitando o “desgelo olÃmpico”.
As artistas, junto aos famosos esquadrões de animadoras
norte-coreanas e os próprios Kim Yo-jong e Kim Yong-nam, de 90 anos, exibiram
uma face afável do regime, em contraste com a habitual imagem de uma ditadura
conhecida por violar sistematicamente os direitos humanos dos seus cidadãos.
Dentro deste momento de distensão, o presidente do Comitê
OlÃmpico Internacional (COI), Thomas Bach, revelou que pretende viajar para
Pyongyang a convite do regime depois que os Jogos de Inverno terminarem no
próximo dia 25 de fevereiro.
A visita de Bach e a ampliação dos programas de diplomacia
esportiva poderiam contribuir para melhorar ainda mais a disposição do regime
perante o exterior.
Por sua parte, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex
Tillerson, voltou a deixar a porta aberta ao diálogo com Pyongyang ao dizer em
entrevista coletiva na segunda-feira (12), no Cairo, que “depende dos
norte-coreanos decidir quando estão prontos para interagir” com
Washington.
Fonte: Agência Brasil e Agência EFE. (Foto: Reprodução/Korean Central News Agency/Korea News Service/AP)