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quinta-feira, 29 de agosto de 2024
Epidemia

Casos de malária aumentaram 48%

A unidade federativa mais afetada é o Amazonas, com cerca de 74 mil ocorrências da patologia no ano passado. Em 2016, foram aproximadamente 45 mil casos

Postado em 14 de fevereiro de 2018 por Sheyla Sousa
Casos de malária aumentaram 48%
A unidade federativa mais afetada é o Amazonas

Uma nova atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) revela que a malária avança na região amazônica do Brasil. Em 2016, o país registrou 117.832 casos da doença em nove estados. Em 2017, o número chegou a 174.522, valor que representa um aumento de 48%.

A unidade federativa mais afetada é o Amazonas, com cerca de 74 mil ocorrências da patologia no ano passado. Em 2016, foram aproximadamente 45 mil casos. O segundo estado com maior número de infecções foi o Pará — cerca de 33 mil em 2017, bem mais que os 13 mil identificados em 2016. O Acre registrou cerca de 32 mil casos em 2017, volume significativo, mas que não indica variação muito grande em relação aos 31 mil casos de 2016.

O Tocantins, embora tenha identificado o menor número de casos (71), foi o estado com o maior aumento (223%) em relação a 2016, quando apenas 22 casos foram registrados.

As tendências da região amazônica acompanham a expansão da malária nas Américas identificada pela OPAS em sua atualização epidemiológica. Em 2016, nove países — Colômbia, Equador, El Salvador, Haiti, Honduras, Nicarágua, Panamá e Venezuela — relataram um aumento nos casos da doença. No ano passado, além do Brasil, Equador, México, Nicarágua e Venezuela também notificaram uma elevação do número de infecções.

Diante do atual cenário, a OPAS recomenda que os países da região fortaleçam as ações de vigilância e controle da malária. No início de 2017, o organismo regional alertou seus Estados-membros sobre o risco de surtos, aumento de casos e mortes em áreas onde a doença é endêmica. A instituição também chamou atenção para o possível reaparecimento da patologia em áreas nas quais a transmissão já havia sido interrompida.

A agência da ONU lembrou o caso de países que, apesar de estarem livres da malária ou apresentarem poucos casos, notificaram a transmissão da doença em seus territórios no ano passado. Cuba e Costa Rica informaram em 2017 casos autóctones da infecção. Honduras registrou ocorrências da patologia em uma área onde anteriormente não havia notificação de quaisquer casos.

A OPAS adverte que as conquistas alcançadas para a eliminação da doença podem ser comprometidas se as ações de vigilância e controle em toda a região das Américas não forem mantidas ou fortalecidas.  

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