Ex-ministro Antônio Delfim Netto é alvo da 49º fase da Operação Lava Jato
Operação investiga ex-parlamentar por suspeita de receber 10% da propina paga por construtoras que atuaram na obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Defesa de Delfim ainda não se pronunciou
O ex-ministro da Fazenda e ex-deputado federal Antônio Delfim
Netto é alvo nesta sexta-feira (9) da Operação Buona Fortuna, na 49ª fase da Lava Jato, que
cumpre três mandados de busca e apreensão na capital paulista e mais seis em
Guarujá (SP), Jundiaí (SP) e Curtiba. De acordo com as investigações, Delfim
Netto é suspeito de receber 10% da propina paga por construtoras que atuaram na
obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
Delfim Netto teria recebido R$ 15 milhões do Consórcio Norte
Energia (composto pelas empresas Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht,
OAS e J. Malucelli), por meio de contratos fictícios de consultoria. Além dos
10% remetidos ao ex-ministro, o consórcio teria enviado propina aos partidos
PMDB e PT. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), cada um dos partidos
recebeu 45% dos valores.
O grupo de empresas pode ter sido favorecido no leilão de
concessão de Belo Monte por agentes do governo federal. O Ministério Público
usou informações obtidas pelos acordos de leniência firmados com a Andrade
Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht, além da quebra de sigilo bancário,
fiscal e telefônico. No caso da Odebrecht, os pagamentos direcionados a Delfim
Netto vinham com o codinome professor.
Além da corrupção, o MPF aponta os prejuízos sociais e
ambientais na região a partir da construção da Usina Hidrelétrica de Belo
Monte.
Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Fotoarena/Estadão Conteúdo)