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domingo, 24 de novembro de 2024
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Quatro livros que abordam o empoderamento das mulheres e a luta feminista

Seja como obra de ficção ou como livros históricos, a leitura ajuda os leitores a entender o papel da mulher na sociedade atual

Postado em 10 de março de 2018 por Márcio Souza
Quatro livros que abordam o empoderamento das mulheres e a luta feminista
Seja como obra de ficção ou como livros históricos

A seguir, uma lista com quatro livros que de alguma forma abordam o empoderamento feminino e a luta feminista em diversas áreas.

Seja como obra de ficção ou como livros históricos as indicações ajudarão os leitores a entender o papel da mulher na sociedade atual. 

A Política
Sexual da Carne

Nessa obra, a
autora, Carol J. Adams, analisa as ligações estreitas entre os movimentos
sociais feministas e as práticas vegetarianas. Seja para destacar-se do
restante dos seres vivos ou para afirmar sua masculinidade e virilidade, o
homem branco e hétero fez com que o consumo da carne traga em suas raízes o
machismo. A autora mostra que, ao enxergar a existência dos pontos de
intersecção entre a forma com que as sociedades patriarcais tratam a mulher e
os animais, os leitores entenderão também, que combater a violência praticada
contra esses dois grupos é o único caminho para uma sociedade mais igualitária.

Um teto todo seu

O livro nasceu a
partir de duas palestras chamadas “As mulheres e a ficção”, proferidas por
Virginia para a plateia essencialmente feminina da Sociedade das Artes, na
Londres de outubro de 1928. O texto de Virginia tem a qualidade estupenda de
seus livros da época. Mrs. Dalloway (1925), Passeio ao Farol (1927) e Orlando
(1928) foram seus predecessores; As Ondas (1931) deu continuidade à série de
obras-primas. O livro, escrito nove anos após as mulheres obterem direito de
voto na Inglaterra, é uma ampla análise da situação da mulher e de sua relação
com o dinheiro. Virginia Woolf insiste em que as mulheres precisam de duas
coisas para criarem uma nova literatura: um teto todo seu, ou seja, um quarto
que pudesse ser trancado à chave para escrever, e uma renda de aproximadamente
500 libras anuais. Para tanto, a mulher deveria trabalhar (Virginia fazia parte
da Liga do Trabalho Feminino) a fim de obter alguma independência.

O lado invisível
da economia

Escrito pela
jornalista sueca Katrine Marçal, O lado invisível da economiaquestiona o modelo
masculino do pensamento econômico e discute como a economia ignora o trabalho
duplo das mulheres ao gerir carreira e família. “Os homens sempre tiveram
permissão para agir em nome do interesse pessoal – tanto na economia quanto no
sexo. Para as mulheres, essa liberdade é um tabu. […]. As mulheres nunca
tiveram permissão para ser tão egoístas como os homens. Se a economia é a
ciência do interesse pessoal, como a mulher se encaixa nela?” (Trecho do livro)

Considerado o
Freakonomics feminista, o livro questiona o modelo masculino do pensamento
econômico, explicando como as bases teóricas da economia ignoram a mulher, cujo
papel era cuidar do lar. Séculos depois, essa mesma lógica continua excluindo a
mulher, que precisa fazer jornada dupla ao gerir carreira e família. Com
linguagem envolvente e perspicaz, e recheada de dados, a autora explica o
funcionamento do mercado baseado na figura do homem econômico e defende que a
única solução para uma sociedade mais igualitária é um pensamento econômico
mais feminista.

O pomar das
almas perdidas

Ambientado na
cidade de Hargeisa, na Somália, às vésperas do conflito que engoliu o país, O
pomar das almas perdidas conta a história de violências e perdas de três
mulheres de gerações distintas. Deqo, Kawsar e Filsan se encontram pela
primeira vez em um estádio, na festa de aniversário da revolução que colocara
no poder uma ditadura militar. Aos 9 anos, Deqo, que só conhecia a existência
no campo de refugiados onde nascera, fará uma apresentação de dança e por ela
receberá um desejado par de sapatos. Mas ela erra a coreografia e recebe uma punição.
Das arquibancadas, a viúva Kawsar, em seu eterno luto pela morte da filha
adolescente, vê a agressão e decide intervir. É presa por Filsan, uma jovem
soldado ambiciosa que em breve aprenderá uma lição dura sobre si mesma e o
mundo dos homens. Os eventos que se desenrolam do momento da prisão de Kawsar
até a volta de Filsan à delegacia são dramáticos e determinantes do que virá a
seguir.

O livro
acompanha então a vida de cada uma das mulheres. Deqo se perde pelas ruas da
cidade, perambulando pelas bancas do mercado até encontrar refúgio na casa de
prostitutas. Machucada, impossibilitada de se mover, Kawsar volta para seu
bangalô e passa a viver com a ajuda de uma jovem. Filsan retorna ao quartel e
ao seu trabalho de patrulha. Nesse momento, a narrativa cresce e ganha uma
qualidade poética admirável, para a qual muito contribui a musicalidade das
palavras somalis sussurradas aqui e ali.

Foto: Reprodução

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