Decretada situação de emergência nos Rios Meia Ponte e João Leite
A medida foi necessária diante da redução do regime de chuvas nos últimos 20 anos nas Bacias, e a probabilidade de chuvas abaixo do normal este ano
O Governo de Goiás decreta nesta terça-feira (13),
situação de emergência nas Bacias dos Rios Meia Ponte e João Leite pelo período
de 290 dias. O ato governamental define ações para garantir o uso prioritário
da água, a divulgação e conscientização para o seu uso racional, e a atuação de
operação policial para reprimir o uso de água em desacordo com os processos de
licenciamento da utilização de recursos hídricos.
A medida foi necessária diante da redução do regime de
chuvas nos últimos 20 anos nas Bacias dos Rios Meia Ponte e João Leite, e do
prognóstico de precipitação pluviométrico para o período de fevereiro a
setembro de 2018 apontar maior probabilidade de chuvas abaixo do normal devido
à neutralidade da temperatura no Oceano Pacífico. Foi considerada ainda a crise
de abastecimento de água que a Região Metropolitana de Goiânia enfrentou nos
meses de setembro a outubro de 2017, quando ocorreram limitações no
fornecimento de água em alguns setores da capital.
O Governo de Goiás avaliou que, em situações de escassez
hídrica, têm prioridade no uso de recursos hídricos o consumo humano e de
dessedentação de animais, conforme previsto em lei federal. Foram consideradas
recomendações técnicas da Secima, indicando a necessidade de adoção de medidas
urgentes para conter e superar a situação de escassez hídrica. Os Estados têm
competência para declarar situação de emergência, de acordo com lei federal.
Decreto
Nesta terça-feira (13), foi publicado no Diário Oficial
do Estado (DOE) o Decreto que determina situação de emergência hídrica nas
Bacias do Meia Ponte e João Leite por 290 dias na coordenada que compreende a
Grande Goiânia. Segundo o Decreto, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente,
Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima)
irá definir restrições ou suspensão para o uso de água bruta enquanto estiver
em vigência a situação de emergência. A Secima fiscalizará o cumprimento das
medidas adotadas e aplicará as sanções legais cabíveis.
Ainda segundo o Decreto, a captação de água nas Bacias dos
Rios Meia Ponte e João Leite, para atividade agropecuária, industrial,
comercial, de lazer e outros usos poderá ser restringida ou suspensa, de modo a
priorizar o abastecimento para consumo humano e dessedentação de animais.
O ato governamental determina que a Secretaria de
Desenvolvimento (SED) oriente os agricultores para o cumprimento da restrição
de captação de água, conforme determinação da Secima; e implemente medidas de
apoio aos agricultores, visando à melhoria da eficiência de água nas atividades
agropecuária. Já a AGR fiscalizará o cumprimento das medidas previstas no
Decreto e aplicará as sanções cabíveis.
O Decreto determina que os órgãos e entidades do Poder
Executivo Estadual promovam comunicação e publicidade das ações decorrentes de
sua aplicação, assim como a respeito das medidas necessárias à conscientização
e informação da população quanto à economia e ao uso racional da água. Os
Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e do Meio Ambiente também divulgarão o
Decreto nos municípios, conclamando-os a adotar medidas de conscientização da
população local sobre captação e uso racional de água.
Outra medida decretada ficará a cargo da Secretaria de
Segurança Pública, que providenciará operação especial nas Bacias dos Rios Meia
Ponte e João Leite, por meio da unidade competente, para reprimir o uso de água
em desacordo com os processos de licenciamento de uso dos recursos hídricos.
Integração João Leite-Meia Ponte
Uma ação importante, visando garantir o abastecimento de
água na Grande Goiânia no pico da estiagem deste ano, está a cargo da Saneago.
A empresa de saneamento do Estado está construindo uma adutora que interligará
a estação Mauro Borges (que capta água no Ribeirão João Leite), cuja operação
entrou em funcionamento em setembro do ano passado, à estação do Rio Meia
Ponte.
O objetivo é reforçar a oferta de água, caso ocorra redução
na vazão do Rio Meia Ponte, como aconteceu no período de seca de 2017. A obra
está sendo executada por administração direta pela Saneago, com custo estimado
de R$ 28 milhões para a construção de uma adutora de 13 quilômetros de
extensão.
Foto: Reprodução