Falta de material hospitalar prejudica atendimento de pacientes
Profissionais que trabalham nas unidades de saúde denunciam a falta de remédios e insumos básicos na rede pública de saúde
Médicos das unidades de
saúde em Goiânia relataram as dificuldades que tem para realizar o atendimento
em seus pacientes. Diariamente a falta de medicamentos e de materiais básicos
para atendimento como seringas e anti-inflamatórios fazem com que os
profissionais tenham receio de não atender ou até piorar a situação dos doentes.
Uma Médica que não quis se
identificar, disse que “passa o plantão rezando” para não receber
nenhum paciente grave, pois tem receio de não poder atendê-lo da forma correta.
“Antibiótico não tem,
remédio pra dor não tem. Tá faltando muita coisa. Chega um paciente grave,
chocado, que precisa de adrenalina, por exemplo… ainda não aconteceu comigo,
mas eu sei que tem colega que deu plantão aqui que não tinha adrenalina, que é
uma droga básica pra uma parada cardíaca. Se o paciente tiver que ir embora
[morrer], ele vai, não tem como fazer ele voltar”, afirmou a médica.
A Secretaria Municipal de
Saúde de Goiânia (SMS) negou as denúncias e disse que as informações dadas pela
médica não procedem, ainda alegou que os remédios são distribuídos de acordo
com o perfil de atendimento de cada unidade.
O órgão afirmou ainda que
há um processo de compra emergencial de medicamentos para normalizar a
distribuição e que vai apurar todas as denúncias.
Sem insumos e remédios
A falta de remédios é uma situação que atinge inúmeras unidades de
saúde de Goiânia. Uma lista do Distrito Sanitário Noroeste mostra que insumos
básicos, como cateter, fios cirúrgicos com agulhas, máscaras, seringas
descartáveis, luvas e sondas estão zerados.
Com isso, os Cais dos setores Cândidas de Moraes e Finsoacial,
além da Unidade de Pronto Atendimento da Região Noroeste ficam desabastecidos.
Também há déficit de vários medicamentos, como soro, calmante,
sedativos e remédios para dor, também estão em falta. Na farmácia do Cais do
Setor Vila Nova, por exemplo, neste mês, segundo funcionários, não houve
remessa de anti-inflamatórios.
O músico Joaquim Teles esteve na unidade suando frio por causa de
pressão alta, mas saiu sem ser medicado. “Mandaram para cá simplesmente
para colocar um remédio para pressão alta. Acho que isso deve tem em todo
lugar”, desabafa.
Foto:(Foto: TV Anhanguera/Reprodução )