Mulher que ateou fogo em marido por ciúmes enfrenta júri popular
Segundo MP, ela não aceitava ideia do esposo de se separar e tentou queimá-lo após ele levar sua roupa para ser lavada em outro lugar. Vítima lembra ‘explosão’ e cita ‘ciúme doentio’ da mulher
A empregada doméstica Wanderleia Silva e Sousa de Godoi enfrenta júri popular nesta terça-feira (20) pela acusação de tentativa de homicídio por atear fogo no marido, o taxista Mário Oswaldo Lopes, em Goiânia. Segundo a denúncia do Ministério Público, a mulher cometeu o crime por ciúmes, pois não aceitava o desejo do companheiro de se separar.
O crime ocorreu em 24 de março 2001, na casa em que o casal morava há quase um ano, no Jardim das Hortências. De acordo com a denúncia, no dia do fato, Mário havia levado roupas para lavar fora, alegando que queria poupar a mulher do trabalho. No entanto, a mulher contrariou-se e ameaçou colocar fogo nas roupas do companheiro.
Diante da situação, conforme consta na denúncia, o marido disse que queria se separar dela. Ele foi até o quarto do casal, reuniu alguns pertences e, quando passava por um corredor, Wanderléia jogou álcool no marido e ateou fogo nele.
A vítima foi socorrida por vizinhos, que chamaram o Corpo de Bombeiros, foi levada ao hospital e, após dois meses internado, se recuperou dos ferimentos.
De acordo com o MP, enquanto o marido se queimava, ela saiu pedindo socorro na rua. Diante do tumulto que se causou, ela acabou fugindo do local.
A mulher foi presa dias depois, mas responde ao processo em liberdade. Ela é julgada por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e uso de fogo.
‘Explosão’
No julgamento, o taxista disse, ao ser interrogado pelo promotor Maurício de Camargos, que a mulher o surpreendeu com uma vasilha com álcool no momento em que ela havia decidido se separar dela.
“A gente teve uma discussão, e eu não estava suportando o ciúme dela e disse que não dava mais. Eu entrei no quarto, peguei algumas coisas e quando eu entrei no corredor eu a vi com a vasilha de álcool. Ela jogou em mim e, de repente, houve uma explosão, e eu não me lembro de mais nada. Eu já perdoei ela, porque a gente não deve se vingar, quem vinga é Deus”, disse.
A vítima afirma que o fato foi motivado pelo fato dele ter pagado uma vizinha para lavar a roupa dele. Ele afirmou que até pediu para a mulher se tratar por ser tão ciumenta.
“Ela tinha um ciúme doentio, eu até sugeri que ela fizesse um tratamento. Eu gostava dela e deixei minha família para poder viver com ela”, afirmou.
Fonte: G1 Goiás/Foto:Divulgação