Inadimplência das empresas acelera pelo quinto mês e cresce 6,76%
Outro indicador também mensurado pela pesquisa é o de dívidas em atraso. Neste caso, o crescimento foi de 5,22% entre fevereiro de 2018 e o mesmo mês do ano passado
O volume de empresas com contas em atraso e registradas em
cadastros de inadimplentes cresceu 6,76% em fevereiro na comparação com o mesmo
período do ano passado. É a quinta vez consecutiva que o indicador acelera na
base anual de comparação. Na comparação mensal, isto é, entre fevereiro e
janeiro de 2018, o indicador cresceu 0,90%.
Os dados são do Indicador de Inadimplência da Pessoa Jurídica
apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação
Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
“O momento econômico vivido no biênio 2015-2016 impôs severas
dificuldades para empresas e consumidores, afetando a capacidade de honrarem
todos os seus compromissos. Ainda há efeitos da crise, mas também há sinais de
retomada da economia. Para este ano, espera-se que, à medida que os negócios se
recuperem, a capacidade de pagamento das empresas que têm essa dificuldade
também melhore”, afirma o presidente da CNDL, José César da Costa.
Alta
Segundo a pesquisa, o Sudeste lidera o crescimento da
inadimplência entre as empresas. Na comparação com o mesmo mês do ano passado,
o número de pessoas jurídicas negativadas na região cresceu 10,49%, a mais
elevada entre os locais pesquisados. Em seguida aparecem, na ordem, as regiões
Sul, que registrou avanço de 3,72% na mesma base de comparação, Centro-Oeste
(3,05%), Norte (1,96%) e Nordeste (1,90%).
Outro indicador também mensurado pela pesquisa é o de dívidas
em atraso. Neste caso, o crescimento foi de 5,22% entre fevereiro de 2018 e o
mesmo mês do ano passado. É a maior variação na base anual de comparação desde
novembro de 2016, quando o índice apresentou uma alta de 6,26%. Na comparação
mensal, o índice subiu 0,72%.
Pendências
Entre os segmentos credores, ou seja, as empresas que
deixaram de receber de outras empresas, o destaque ficou por conta da
indústria, cuja alta foi de 9,26% na quantidade de atrasos. No setor de
serviços, que engloba bancos e financeiras, o crescimento no volume de atrasos
recebidos de fornecedores e clientes pessoa jurídica foi de 5,23%. Já no comércio,
a alta observada foi de 4,35%. Em termos de participação, 69% das pendências de
empresas são devidas ao setor de serviços, 17% empresas comerciais e 13% da
indústria.
Quitação
O levantamento também passou a apurar os dados referentes a
quitação de dívidas por parte das empresas. Em fevereiro de 2018, o Indicador
de Recuperação de Crédito da Pessoa Jurídica apresentou queda de 1,52% no
acumulado de 12 meses. Apesar da queda da recuperação, é importante notar que
em meses anteriores, as quedas foram maiores, chegando a 8,16% em setembro de
2016.
A única região a observar aumento das recuperações de crédito
foi o Nordeste, com variação de 1,36% no acumulado de 12 meses. A queda mais
acentuada foi observada no Sul (-6,69%), seguido do Centro Oeste (-3,07%), Norte
(-2,02%) e Sudeste (-1,30%).
A análise da recuperação de crédito por setor devedor revela
que, do total de empresas que saíram do cadastro de devedores mediante
pagamento, a maior parte (46%) atua no setor de comércio. Além dessas empresas,
40% atuam no setor de serviços e 10% atuam na indústria.
Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Internet)