Com Nação Zumbi e Baiana System, festival assume tom politizado
Banda Boogarins também tocou em casa. Noite foi marcada por setlists recheados de hits e público mais animado
Guilherme Araujo
Após uma semana intensa de
atividades em mais de quinze pontos de toda a Goiânia, o Festival Bananada
encerrou neste domingo (13) sua vigésima edição. Com promoção que dava direito
a entrada livre a todas as mamães em virtude do feriado de Dia das Mães, a
véspera de segunda-feira não intimidou o público de mais de 6 mil pessoas que
compareceu em peso a apresentações de nomes como Baiana System, Nação Zumbi,
Larissa Luz e Boogarins.
Além da banda Fresno, que tocou
no palco Sympla para um público nostálgico e reduzido, a primeira grande
apresentação, com público ansioso, foi a banda Boogarins. Tocando em casa, o
grupo que acaba de retornar de uma turnê pelos Estados Unidos onde fizeram uma
parada pelo Coachella Valley Music and Arts Festival apresentou no Palco Chilli Beans
um setlist recheado de hits e interações carregadas de sotaque goiano.
Acompanhados pela plateia que
cantava canções como “Foi Mal” e “Benzim” em polvorosa, a apresentação contou
com a ajuda de um imponente telão que projetava em tempo real imagens vibrantes
do palco, promovendo um casamento entre a música experimental e a viagem sonora
proposta.
O cenário psicodélico durou até a
entrada de Larissa Luz, no palco Red Bull Music. Com longas tranças, a artista
promoveu uma apresentação dançante e tão imponente como a do colega de rap,
Emicida, na sexta-feira (11).
Os mais esperados da noite
ficaram por último. O show do Nação Zumbi, um dos mais comentados desde o
anúncio oficial do line-up do festival representou uma transição de ares. Além
de conduzir os presentes visivelmente apaixonados pela poesia urbana do grupo a
um estado de êxtase total, o grupo levou a apresentação a um patamar mais
político quando o vocalista Jorge du Peixe endossou os gritos tímidos de “Lula
Livre” vindos da plateia.
A situação viria a se repetir no
show deslumbrante do grupo Baiana System. Para ninguém colocar defeito, o show
que começou pouco depois da 1h da manhã foi um dos pontos altos de todo o
evento. Diante de um público agitado e que formava a todo momento as conhecidas
rodas punk, características de shows de rock, o grupo nordestino encerrou o
festival em clima de absoluta entrega e sintonia.
Surpresas
Durante um dos últimos intervalos,
às vésperas do show do Nação Zumbi, o sócio do Festival Bananada e produtor
cultural, Fabrício Nobre subiu ao palco para agradecimentos. A surpresa da
noite, no entanto, ficaria por conta do anúncio da data da próxima edição do
evento, realizado entre os dias 29 de abril e 06 de maio de 2019.
Quem parece ter se sentido
agradecido também foi a plateia. Dono de sucesso absoluto, por todos os lados, mesmo
com a presença de longas filas nos banheiros e em pontos de consumo de bebida e
comida, ouviam-se elogios a respeito da organização. Outro ponto que rendeu elogios foi
a disposição do espaço, que embora tenha sido um tanto mais apertado do que o
projeto esquematizado para edições anteriores, realizadas na esplanada do Centro Cultural Oscar
Niemeyer, conseguiu suportar sem tumulto o público de aproximadamente 6 mil
pessoas para cada dia.
* O repórter esteve no evento a convite do festival