Mercado reduz estimativa de crescimento do PIB para 2,51%
O mercado financeiro reduziu também a projeção para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 3,49% para 3,45%, neste ano
O mercado financeiro reduziu
novamente a estimativa para o crescimento da economia este ano. A projeção para
a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços
produzidos no país, agora passou de 2,70% para 2,51%. Essa foi a segunda queda
consecutiva. Para 2019, a previsão permanece em 3%.
As estimativas são do boletim
Focus, publicação divulgada às segundas-feiras pelo Banco Central (BC), na
internet.
O mercado financeiro reduziu
também a projeção para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), de 3,49% para 3,45%, neste ano. Para 2019, a
estimativa foi ajustada de 4,03% para 4%.
A estimativa está abaixo do
centro da meta que é 4,5% este ano, com limite inferior de 3% e superior de 6%.
Para 2019, a meta é de 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%
Taxa básica de juros
Para alcançar a meta, o Banco
Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic,
atualmente em 6,50% ao ano. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC
aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos
preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Quando o Copom diminui os juros
básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à
produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação. Para cortar a
Selic, o BC precisa estar seguro de que os preços estão sob controle e não
correm risco de subir.
Nesta semana, o Copom realiza a
terceira reunião do ano, com expectativa de que a Selic tenha o último corte do
atual ciclo de reduções. Para o mercado financeiro, a Selic será reduzida em 0,25
ponto percentual, indo para 6,25% ao ano, conforme indicado pelo BC, em março.
Em 2019, a expectativa é que a Selic volte subir e encerre o período em 8% ao
ano.
Dólar
Para especialistas, a recente
alta do dólar não deve fazer com que o BC mude a estratégia de reduzir a Selic.
Na última sexta-feira (11), o dólar chegou a R$ 3,60, o maior valor em quase
dois anos.
Na visão de economistas, o efeito
da alta do dólar na inflação deve ser um pouco menor do que normalmente é
observado porque a economia ainda está em recuperação.
De acordo com analistas, a alta
do dólar ocorre devido à expectativa de aumento mais intenso dos juros nos
Estados Unidos, o que o que atrai dinheiro para economias avançadas, provocando
a fuga de capitais financeiros de países emergentes, além das incertezas sobre
as eleições no Brasil e a crise na Argentina, com pedido de empréstimo ao Fundo
Monetário Internacional (FMI).
Na última sexta-feira, para
segurar a cotação da moeda americana, o BC anunciou ajustes nos leilões de
swaps cambiais, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro, além de
informar que fará oferta adicional de contratos de swap cambial.
Para as instituições financeiras
consultadas pelo BC, o dólar deve encerrar 2018 em R$ 3,40. Na semana passada,
a estimativa era R$ 3,37. Para o fim do próximo ano, a estimativa segue em R$
3,40.
Com informações da Agência Brasil.