Raunner Vinícius Soares*

Onze brasileiros foram denunciados pelo Ministério Publico Federal de Goiás (MPF-GO) por promover a organização terrorista Estado Islâmico (EI). Segundo o documento, os denunciados tentaram recrutar pessoas, incluindo menores de idade, para atentados no Brasil e criação de uma célula e promoção de suas idéias. Um dos gerenciadores tem o celular registrado em Goiás. O EI é um grupo terrorista que opera majoritariamente no Oriente Médio, mas também, no mundo inteiro promovendo ataques terroristas.

As investigações se iniciaram em 2016, após autoridades da Espanha avisar sobre a existência dos grupos de mensagens com números do Brasil. Na denúncia do Ministério Público Federal consta que alguns deles, em depoimento, confessaram que faziam contato com simpatizantes do Estado Islâmico que moravam na Líbia, Síria, Turquia e, inclusive, no Brasil. Além de possuírem informações sobre como fabricar artefatos explosivos.

A denúncia foi assinada pelo procurador da República Divino Donizette da Silva, no dia 20 de abril. Foram detectado grupos no aplicativo de mensagens onde os participantes trocavam informações extremistas. Um dos participantes afirma que conversava com vários recrutadores que poderia ajudar na migração para o califado. E, também, em outra conversa, duas pessoas propõem a explosão de um veiculo com botijão de gás. Um denunciado sugere que seja feito um atentado como realizado na Ponte de Londres, mas só que no carnaval do Rio de Janeiro.

Um dos denunciados, identificado como Matheus Santos, vulgo Akhi Al-Brazili, fez parte do grupo destinado a promover e compartilhar materiais do Estado Islâmico, dentre os quais, “O califado do estado brasileiro”. Um codenunciado que fazia parte deste grupo afirmou que o Matheus possuia comportamento bastante radical e falava em matar pessoas no Brasil, e demonstrava interesse em aderir ao EI.

Os onze foram denunciados por crime de promoção de organização terrorista, cinco deles forma denunciados por corrupção de menores, pois tentaram recrutar um adolescente para participar do grupo.

Goiás em foco

Não é a primeira vez que Goiás é citado no envolvimento com células terroristas do Estado Islâmico. O goiano Kayke Luan Ribeiro Guimarães, de 21 anos, foi condenado recentemente a oito anos de prisão acusado de participar de uma organização terrorista ligada ao EI. O jovem foi preso em 2014 na Bulgária enquanto tentava chegar à Síria. Segundo a polícia da Catalunha, na Espanha, ele se uniria ao EI. 

Desde que foi detido, a família, que mora em Terrasa, também na Espanha, visita Kayke mensalmente. Eles se mudaram para a cidade quando o rapaz tinha 12 anos. De acordo com o autor da acusação, o promotor Javier Zaragoza, o grupo planejava ataques em Barcelona. 

A família também nega a acusação da polícia de que ele se uniria às frentes de batalha do Estado Islâmico na Síria e receberia um salário. (Raunner Vinicius Soares é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)