Ministério assina acordos para proteger a fauna e flora do Brasil
Brasil detém 15% da biodiversidade mundial. Convenção sobre Diversidade Biológica e o Dia Internacional da Biodiversidade foi assinada por 156 países durante a Eco-92
O Ministério do Meio Ambiente assina, nesta terça-feira (22), acordos de cooperação técnica com instituições nacionais e internacionais para
proteção da fauna e flora brasileiras. Os acordos marcam a comemoração dos 25
anos da Convenção sobre Diversidade Biológica e o Dia Internacional da
Biodiversidade.
Assinada por 156 países durante a Eco-92, no Rio de Janeiro,
a convenção foi o primeiro tratado mundial sobre o uso sustentável, a
conservação e repartição da biodiversidade.
A diretora de Conservação de Ecossistemas do Ministério do
Meio Ambiente, Ana Paula Prates, destaca alguns dos avanços recentes na
implantação da política de biodiversidade: a criação de unidades de
conservação, principalmente de grandes áreas marinhas, que foi anunciada em
março deste ano, e a designação de novos sítios de zonas úmidas com importância
internacional. Ela deu como exemplo a designação do Rio Negro e os manguezais
da costa norte do país.
Também hoje a organização não governamental (ONG) WWF lança
um estudo que mostra o impacto das mudanças climáticas na biodiversidade. De
acordo com André Nahur, da WWF Brasil, o aumento das temperaturas gera expansão
dos vetores de doenças como malária, dengue e leishmaniose.
As mudanças climáticas também causam perda de importantes
ecossistemas, redução de polinizadores e aumento de espécies invasoras.
“Tem impactos consideráveis aí no pequi, por exemplo, que é uma espécie de
importância socioeconômica também para o norte de Minas, para Goiás. Então, tem
algumas pesquisas que mostram resultados importantes e alarmantes de agora pro
futuro”.
Pelos cálculos da Rede de Especialistas em Conservação da
Natureza, o Brasil detém 15% da biodiversidade mundial. O biólogo Fabiano Melo,
membro da rede, diz que as principais ameaças à biodiversidade têm sido o
desmatamento, a retirada ilegal de animais da natureza e atividades produtivas
não sustentáveis. “Há uma diminuição já confirmada não só para os grandes
vertebrados, como os elefantes e outros animais como a onça-pintada, por
pressão mesmo da população com relação aos itens de origem animal, mas também
de animais como insetos em geral”, afirma o biólogo.
Segundo Melo, isso está associado às mudanças climáticas, mas
particularmente ao impacto de desmatamento e à alteração dos ambientes
naturais. “Cuidar da natureza não é só para quem está no campo, não é só
para ambientalista. Todos nós precisamos cuidar desses aspectos para que a
gente tenha a biodiversidade garantida”.
O Ministério do Meio Ambiente e instituições vinculadas
mantêm um portal na internet com as principais informações sobre o tema. Os
dados estão disponíveis neste link.
Fonte: Agência Brasil.