A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás e a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia realizam nesta terça-feira, dia 29, um evento direcionado aos profissionais da Atenção Primária de Goiânia. O objetivo é mostrar o novo modelo Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa, buscando o aprimoramento do atendimento em saúde aos idosos. O encontro também terá a participação de funcionários das secretarias de saúde de Aparecida de Goiânia e Senador Canedo. Também participarão os de outros municípios vizinhos à capital e que formam a Regional de Saúde Central. O evento acontecerá das 8h às 18h, no auditório Valéria Perillo, no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr Henrique Santillo (CRER).

A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia recebeu um estoque de 102 mil e quinhentos exemplares do novo modelo da Caderneta. A distribuição e aplicação do documento devem começar em junho, depois de atualização dos servidores que trabalham na rede básica ministrada pela SES-GO.

A Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa integra um conjunto de iniciativas do Ministério da Saúde, que tem por objetivo qualificar a atenção ofertada às pessoas idosas no Sistema Único de Saúde. A Caderneta inova ao enfatizar a capacidade funcional e possibilitar o registro e o acompanhamento de informações no âmbito pessoal, social e familiar, das condições de saúde e hábitos de vida, além de permitir o rastreamento das pessoas mais vulneráveis. Traz informações sobre tipo de medicamentos usados e capacidade de locomoção e visual, se mora com a família ou sozinho, entre outras informações.

Em seu Relatório Mundial sobre Envelhecimento e Saúde, a Organização Mundial de Saúde (em 2015) já alertava sobre o envelhecimento populacional, que traz, além da mudança no perfil demográfico e social, uma transição de caráter epidemiológico.

Segundo Suely Marques, subcoordenadora de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa da SES-GO, durante essa transição ocorrerá alteração nos padrões de morbidade, invalidez e morte que caracterizam uma população, ocasionando, além do predomínio da morbidade sobre a mortalidade, a prevalência das doenças não transmissíveis e das causas externas como primeiros fatores de morte, em detrimento das doenças transmissíveis. Por exemplo, pessoas idosas apresentam maiores índices de diabetes, hipertensão, problemas cardiovasculares e são mais propensas a quedas.

No Brasil, no ano de 2010, as pessoas idosas representavam 10,8% da população total, ou seja, aproximadamente 19,6 milhões de pessoas. A previsão é de que em 2025 seremos o sexto país em número de idosos, com aproximadamente 32 milhões de pessoas nessa faixa etária, devendo chegar a 41,5 milhões em 2030. Este fato levará à transformação da pirâmide etária do país de um formato triangular, com base alargada, para um com topo mais largo, típico de sociedades envelhecidas.

Segundo Suely, a adoção do novo modelo da Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa certamente contribuirá para a organização do processo de trabalho das equipes de saúde e para a otimização de ações que possibilitam o cuidado integral em saúde da pessoa idosa.