Para ministra Cármen Lúcia, “democracia é o único caminho”
O discurso foi feito em referência à crise de abastecimento pela qual passa o país após 10 dias de paralisação de caminhoneiros
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra
Cármen Lúcia, fez uma defesa enfática do regime democrático de direito, ao
abrir a sessão plenária desta quarta-feira (30). O discurso foi feito em
referência à crise de abastecimento pela qual passa o país após 10 dias de
paralisação de caminhoneiros.
“A construção permanente do Brasil é nossa, e ela é
permanente, democrática e comprometida com a ética. Não há escolha de caminho.
A democracia é o único caminho legitimo”, afirmou a presidente do STF.
Antes, ela reconheceu que “também na democracia se vivem
crises”, mas acrescentou que “dificuldades se resolvem com a aliança dos
cidadãos e a racionalidade, objetividade e trabalho de todas as instituições,
de todos os poderes”.
“A democracia não está em questão. Há questões
sócio-político e financeiras nas democracias também, mas o direito brasileiro
oferece soluções para o quadro apresentado e agora vivido pelo povo
brasileiro”, disse.
Intervenção militar
Em centenas de pontos de manifestação nas rodovias, foram
registradas faixas e declarações pedindo uma intervenção militar no Brasil.
Indiretamente, foi esse tipo de atitude que a presidente do STF desencorajou.
“Não temos saudade senão do que foi bom na vida pessoal e em
especial histórico de nossa pátria. Regimes sem direitos são passados de que
não pode esquecer nem de que se queira lembrar”, disse Cármen Lúcia em
referência a regimes não democráticos, como a ditadura militar.
Ela garantiu que o Poder Judiciário trabalha garantir os
direitos dos brasileiros durante o período de crise. “Não se há de deixar ao
povo o sofrimento pela carência de aplicação do direito, para isso somos juízes
e não nos afastaremos de nossos deveres”.
Com informações da Agência Brasil.