Mercado prevê menor crescimento do PIB
Para 2019, a previsão permanece em 3% há 18 semanas consecutivas
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O mercado financeiro continua reduzindo a projeção para o crescimento da economia e aumentando a estimativa de inflação. De acordo com o Boletim Focus, publicação divulgada na internet todas as semanas pelo Banco Central (BC), a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – passou de 2,37% para 2,18%.
Essa foi a quinta redução seguida. Para 2019, a previsão permanece em 3% há 18 semanas consecutivas. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 3,60% para 3,65% neste ano no terceiro aumento seguido. Para 2019, a projeção foi ajustada de 4% para 4,01%.
Mesmo assim, a expectativa para a inflação permanece abaixo da meta, que é 4,5%, com limite inferior de 3% e superior de 6%. Para 2019, a meta é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%.
Taxa básica de juros
Para alcançar a meta, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,50% ao ano. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação.
Para cortar a Selic, o BC precisa estar seguro de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir. A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro este ano, indica que o Copom considera que alterações anteriores foram suficientes para chegar à meta.
Para o mercado, a Selic deve permanecer em 6,50% ao ano até o fim de 2018 e subir ao longo de 2019, encerrando o período em 8% ao ano.
A previsão para a cotação do dólar no fim do ano subiu de R$ 3,48 para R$ 3,50. Para o fim de 2019, passou de R$ 3,47 para R$ 3,50. A projeção para o superávit comercial subiu de US$ 57,15 bilhões para US$ 57 bilhões neste ano, e de US$ 49,80 bilhões para US$ 49,30 em 2019.
Inflação
A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), subiu de 0,34% em abril para 0,41% em maio deste ano. O dado foi divulgado hoje (4), no Rio de Janeiro, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Três grupos de despesas tiveram alta na taxa de inflação de abril para maio.
Os transportes subiram de 0,07% para 0,48%. A gasolina foi o item que teve maior impacto na alta do grupo, com inflação de 2,57% em maio.
Mais altas
Os custos com habitação registraram aumento de 0,73% em maio, acima da taxa de 0,26% de abril. O principal impacto nesse grupo de despesas veio da eletricidade residencial, com inflação de 3,94% no mês. O outro grupo com alta foi comunicação, que subiu de 0,07% para 0,20%.
Os demais grupos tiveram recuo na taxa: saúde e cuidados pessoais (de 1,12% para 0,70%), alimentação (de 0,29% para 0,24%), educação, leitura e recreação (de 0,12% para -0,37%), vestuário (de 0,60% para 0,41%) e despesas diversas (de 0,13% para 0,06%). (Agência Brasil)