Novo prefeito promete auditoria em Niquelândia
Com a posse marcada para 18 de maio, o prefeito diz ainda não ter definido seus auxiliares, que o ajudarão a tocar a cidade até 2020, quando acaba seu mandato tampão
Lucas de Godoi*
Niquelândia terá, a partir do dia 18 deste mês, um novo prefeito. O município, ao Norte do Estado, elegeu neste domingo (3), numa eleição suplementar, novos administradores. O médico Fernando Carneiro da Silva (PSD) – de 50 anos, foi eleito com 12.598 votos o novo prefeito da cidade e terá Saullo Adorno (PTB) no cargo de vice-prefeito.
O pleito, organizado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO), ocorreu após a chapa do ex-prefeito Valdeto Ferreira Rodrigues (PSB) ser cassada por improbidade administrativa em uma gestão anterior.
“Eu esperava uma vitória, mas não desta forma. Me surpreendeu a quantidade de votos”, falou ao O Hoje sobre a conquista de 71,31% dos votos válidos. Trata-se da maior votação em números absolutos obtida por um candidato a prefeito de Niquelândia em toda a história política da cidade.
Com a posse marcada para 18 de maio, o prefeito diz ainda não ter definido seus auxiliares, que o ajudarão a tocar a cidade até 2020, quando acaba seu mandato tampão. “Ainda não tem nada decidido. Teremos uma semana para a gente fazer essa escolha, mas de antemão já garanto que será uma decisão técnica”, esclarece.
Até lá, a cidade continuará a cargo do presidente da Câmara Municipal, vereador Léo Ferreira (PSB), que está à frente da Prefeitura desde o dia 23 de abril deste ano. Ao assumir interinamente, ele pediu em seu primeiro discurso que a cidade se unisse para regularizar o pagamento dos servidores. “Agora, nesse momento, não é hora de medirmos forças políticas, mas sim hora de todos me ajudarem a organizar a situação dos nossos servidores públicos”, disse, ao portal local Excelência Notícias.
Preocupado com o caixa do município, Fernando Carneiro destacou a importância de realizar um amplo diagnóstico, para compreender as deficiências e pontos de melhoria na gestão da cidade. “A gente não sabe como está a prefeitura. Sabemos que vai ser um desafio, porque a prefeitura está endividada”, pontua o médico. Segundo ele, uma das medidas será a contratação de uma auditoria externa para avaliar a real situação das contas do município.
Seus planos iniciais incluem melhorar o serviço de zeladoria do município e do atendimento médico do Hospital Municipal Santa Efigênia, onde atuou por muitos anos. “A gente vai ver a limpeza da cidade e do hospital com carinho”, sublinhou. Na área da Saúde, onde disse conhecer de perto os problemas, pretende retomar cirurgias e ainda no ano que vem inaugurar uma pré-UTI no município. “A saúde está bem precária. A gente vai voltar a fazer as cirurgias de retirada de útero, vesícula. Aperfeiçoar essas cirurgias, buscar parceria na cidade de Anápolis para atender outras especialidades, como oftalmológicas e ortopédicas”, promete.
Eleições
Ao todo, disputaram as eleições quatro candidatos: Weder Chimango Dias de Oliveira, conhecido como Denguinho Chimango (PSDC), Celino Correa (SD), que era vice-prefeito da chapa cassada, o médico Fernando Carneiro (PSD) e o engenheiro Xisto Damas (PHS). Denguinho ficou em segundo lugar na disputa, com 3.161 eleitores, o que representa 17,89% dos votos válidos.
Foram 22 dias para a campanha, que contou, nos últimos dias com um episódio delicado. Em um panfleto sem assinatura, lideranças políticas e os próprios candidatos (agora eleitos) a prefeito e vice-prefeito foram tratados com termos pejorativos em folhetos espalhados pela cidade. “Sim, esse processo de difamação vai ser cobrado”, diz, enfatizando que não se sentiu abalado.
“Eu achei que a população me conhece muito bem, sabe quem eu sou e esse jogo baixo das pessoas, que eram acostumados a fazer isso no passado, não me abalou, me fortaleceu”, arremata. (*Especial para O Hoje)