Pesquisa afere crescimento do PT em 50%
A professora Kátia Maria lançou pré-candidatura há menos de um mês; líderes avaliam bom uso da estrutura partidária para crescimento eleitoral
Rafael Oliveira*
A pré-candidatura da pedagoga Kátia Maria pelo Partido dos Trabalhadores (PT) cresceu cerca de 50% em menos de um mês após seu lançamento, no dia 19 de maio. Na primeira pesquisa do Instituto Serpes Kátia aparecia na casa dos 2%. Na última pesquisa, a professora subiu para 4,6%, empatada tecnicamente com os dois candidatos favoritos para o segundo turno: o governador José Eliton (PSDB), agora com 10% e o deputado federal Daniel Vilela (MDB) com 5,6%.
Líderes políticos do PT em Goiás alinharam o crescimento eleitoral ao bom uso da estrutura partidária e a diferença das propostas de governo, mais próxima da realidade social. “A pesquisa mostra que ainda temos 75% de eleitores indecisos que não sabem em quem votar. O Goiás espera um projeto político diferente do que está colocado pelos outros partidos de direita. Isso também aumenta a responsabilidade do PT em atender às necessidades da população goiana”, explicou Kátia Maria.
O deputado estadual Luís Cesar Bueno (PT) acredita na falência das candidaturas de centro e de direita. “Os candidatos que conseguem pontuar nas pesquisas, lideram as intenções de votos caindo pontos porcentuais e quem cresce, acaba crescendo pouco. Esse crescimento da Kátia se dá pelo sentimento da população em mudança e a decepção com os políticos atuais. Mas, ela também tem usado muito bem a estrutura partidária no estado que é muito grande”, analisou Bueno.
O deputado pontua também a política econômica baseada em desonerações e isenções fiscais. “Estamos no limite desse processo. É preciso virar a página. Acreditamos em um novo viés de desenvolvimento econômico para gerar empregos e distribuição de renda”, concluiu.
Nacional
Os dois líderes petistas acreditam na candidatura do ex-presidente Lula ao Planalto, mas admitem que exista um plano B, caso algum problema jurídico não seja superado a tempo. A segunda opção é a candidatura de Jacques Wagner (BA) ou Fernando Haddad (SP).
Kátia Maria ainda deseja dar palanque ao ex-presidente em Goiás. “Acredito que ele será candidato para opor ao projeto do Democratas, MDB e PSDB. Goiás vai poder optar entre candidatos”, enfatizou.
Luís César Bueno acredita que o ex-presidente deve ser julgado pelo caso do triplex de Guarujá por uma Corte isenta. ”O Tribunal que o julgou foi tendencioso e o processo contém equívocos. Somente o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal poderá julgá-lo de forma mais transparente para liberá-lo para se candidatar. Mas, caso alguma coisa dê errado, a executiva nacional vai operar o plano B, que é a candidatura do ex-governador da Bahia, Jacques Wagner, ou do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad”.
O deputado desacredita em uma composição com o pedetista Ciro Gomes (CE). “O Ciro precisa consolidar a candidatura dele ainda e fazer uma política de aproximação com o PT”.
Senado
Luís Bueno vai lançar a pré-candidatura ao Senado Federal no próximo dia 23. Na última pesquisa do Instituto Serpes, o parlamentar pontuou 2%, acima do senador Wilder Morais (DEM), que tem 1,1% e o deputado federal Pedro Chaves (MDB), com 1,8%.
Entre as propostas de campanha, o parlamentar vai apresentar projetos para a segurança nacional do país, principalmente nas fronteiras. “Trabalho alguns eixos para a campanha de senador. Na segurança, por exemplo, temos 256 mil militares do Exército aquartelados esperando o país entrar em guerra. Proponho um trabalho conjunto entre o Exército e a Polícia Rodoviária Federal para impedir a entrada de armas e drogas no Brasil”, adiantou.
O pré-candidato defende a redução da carga tributária em forma três tipos de impostos únicos: um sobre a renda da União, um sobre o consumo e produção dos Estados e o último em cima dos municípios. “Temos 32 tipos de impostos e taxas com a maior carga tributária do mundo e a maior sonegação de impostos do mundo. Entendo que tem que reduzir as alíquotas para poder ampliar a base tributária para diminuir a sonegação”.