Guilherme Araujo

Passageiros de um voo da Gol com destino a São Paulo enfrentaram uma série de problemas durante uma tentativa de embarque no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia. O caso aconteceu na tarde desta terça-feira (17) e se estendeu ao longo da manhã de hoje (18). Segundo relatos, as cerca de 150 pessoas que embarcariam no vôo 1441, da Gol, receberam a notícia ainda dentro da aeronave de que a mesma não poderia decolar. 

Orientados a desembarcar, após cerca de duas horas de espera, foi informada a detecção de um problema técnico que a impossibilitaria de alçar voo. Foi feita então uma oferta de permuta em um hotel, o que não agradou a todos os passageiros.

Com destino final a Los Angeles, nos Estados Unidos, a estudante Beatriz de Paula disse também ter ficado insatisfeita com as medidas protocolares de urgência tomadas pela Gol até que um novo voo fosse agendado. “Sequer tivemos alimentação no hotel e perdemos uma série de coisas que já estavam esquematizadas há cerca de um ano. Reservas, chip, aluguel”, relatou. 

A contadora Ana Sheila Oliveira, outra passageira do voo, conta que uma nova tentativa de embarque chegou a ser feita pela manhã, mas sem sucesso. “A promessa era a de que seria disponibilizada uma nova aeronave, o que não aconteceu”, disse. 

Quem também criticou a demora em um posicionamento da empresa foi o administrador Alberto Braga Faria, que seguia com a família de férias para Bariloche, na Argentina. “Estou fora do meu trabalho, porque minha família está lá dentro, sem conseguir embarcar. A viagem era para ser de lazer, com toda a alegria. Mas começaram o passeio desta forma”, lamentou. 

Logo após o anúncio de que o voo seria postergado para o período da tarde, o clima foi de confusão. No guichê da companhia, as reclamações foram generalizadas e houve gritaria. Com lentidão, os passageiros com destinos nacionais começaram a ser remanejados para outras companhias aéreas.

Quem precisava fazer escala em São Paulo para voos internacionais precisou esperar um pouco mais. A professora Carolina Goos, que seguia com a família para Lisboa, Portugal, lamentou os problemas ocorridos. Era pouco mais de 12h quando ela conseguiu um táxi, com destino a Brasília, onde faria o embarque em um voo direto para a capital portuguesa, com horário de partida previsto para o fim da tarde. No total, foram quase 24 horas de espera.

Procurada pela equipe de reportagem da versão on-line do jornal O Hoje, a GOL, por meio de seus funcionários do guichê de atendimento, se limitou a comentar o caso e disse que tentou resolver o problema na medida do possível, já que a maior parte dos voos estão lotados em virtude do período de férias. A reportagem não conseguiu estabelecer contato com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

No fim da tarde de quinta-feira (19), mais de 48 horas depois do incidente, a empresa enviou a seguinte nota (às 18h19) por e-mail:

“A GOL informa​ que, após o cancelamento do voo 1441 (Goiânia-Guarulhos)​ ​na tarde da última terça-feira (17), os clientes receberam toda a assistência​ ​​n​ecessária e foram reacomodados em outros voos”.

Atualizado em quinta-feira (19), às 18h36