Mãe de Marielle vê esperança de justiça com prisão de suspeitos
A mãe da parlamentar, Marinete da Silva, disse que ainda precisa de informações “mais concretas”, mas que a prisão deu a sensação de que a investigação está avançando.
A prisão, na última terça (25), de dois milicianos suspeitos de envolvimento na execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes deu esperança para a família de que a justiça será feita. A mãe da parlamentar, Marinete da Silva, disse que ainda precisa de informações “mais concretas”, mas que a prisão deu a sensação de que a investigação está avançando.
“O que a gente tem que saber é o que tem de formal, o que sair do doutor Giniton [Lages, titular da Delegacia de Homicídios] e dos policiais que estão integrados nesse processo de investigação, pra gente ter uma coisa mais concreta. Mas é bom que a gente tenha alguma coisa, porque a gente estava no escuro até agora, né? Sem saber de nada do que estava acontecendo”, disse Marinete, durante lançamento do relatório da Comissão Popular da Verdade sobre a intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro
A investigação do caso Marielle está sob sigilo e, segundo Marinete, a família não tem acesso a nenhuma informação. “Então pra gente é muito bom, esperamos que tenha algum tipo de resultado. Não se está acusando, estão averiguando ainda. A família não tem conhecimento, não sabe até que ponto eles têm envolvimento ou não, mas a gente quer que avancem as investigações”.
Intervenção na segurança pública
Durante o lançamento do relatório, Marinete lembrou que Marielle era contra o uso das forças armadas para resolver a segurança pública no estado. “Minha filha era extremamente contra a intervenção, estava lutando contra isso no parlamento e infelizmente foi uma vítima. A intervenção não está dando certo, é um processo degradante”.
Ela lembrou que Marielle estava enfrentando um sistema no país que mais mata defensores de direitos humanos no mundo e foi vítima disso. Apesar do receio de que o caso fique impune, Marinete disse confiar no trabalho da investigação:
“É emblemático, complicado, difícil. Tem uma ponta de receio, mas eu tenho que confiar nisso na investigação, não posso de jeito nenhum deixar que isso aconteça de uma maneira normal, porque se faz necessário pra gente isso, pra mim como mãe, pro pai dela, pra sociedade”.
(Agência Brasil)