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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Pesquisa

Mais de 340 mil pessoas não sabem ler nem escrever em Goiás

Os estudantes que estão matriculados e frequentam a escola diariamente, mas não sabem ler e escrever como deveriam.

Postado em 31 de julho de 2018 por Guilherme Araújo
Mais de 340 mil pessoas não sabem ler nem escrever em Goiás
Os estudantes que estão matriculados e frequentam a escola diariamente

A avaliação nacional, realizada em 2016 com mais de 2 milhões de crianças, aponta que 55% dos alunos tiveram desempenho insuficiente em leitura e 34% em escrita. (Reprodução Internet)

Da Redação 

Um dos principais problemas da Educação Básica no país, a dificuldade de leitura e escrita é motivo constante de preocupação entre os educadores. Dados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) mostram que mais da metade dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental da rede pública têm níveis de leitura considerados insuficientes. Quando se trata da escrita, mais de um terço estão defasados. São estudantes que estão matriculados e frequentam a escola diariamente, mas não sabem ler e escrever como deveriam. Em alguns casos, sabem ler, mas não compreendem o que lêem; em outros, escrevem, mas cometem erros básicos de ortografia e gramática.

A avaliação nacional, realizada em 2016 com mais de 2 milhões de crianças, aponta que 55% dos alunos tiveram desempenho insuficiente em leitura e 34% em escrita. Cenários como esses dificultam o trabalho de erradicação do analfabetismo e contribuem para a perpetuação de estatísticas alarmantes como as divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em Goiás, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), de 2016, apontou que existem 341 mil analfabetos no estado. O que representa 6,5% da população goiana. Melhorar essa realidade exige uma estratégia que elimine o mal a partir da raiz.

Especialistas afirmam que os problemas começam com processos inadequados de alfabetização. A supervisora editorial da Editora Positivo, Silvia Dumont, afirma que a alfabetização deve ser construída por meio de atividades que levem à reflexão sobre a língua, sobre seu uso, criando significados que façam sentido para a criança. “Escola e professores devem criar novos contextos para a aprendizagem da leitura e da escrita, situações que valorizem o sentido dessas práticas culturais, bem como os interesses, as linguagens e as culturas infantis”, explica Silvia. Segundo ela, é preciso construir um ambiente de letramento, de imersão e diálogo criativo com a cultura escrita, no qual ela seja alvo de interesse, pesquisa e muitas reflexões por parte das crianças.

Não existe solução mágica, a não ser envolver professores e alunos, fazendo com que os primeiros entendam que a alfabetização não deve ser um mero processo mecânico de decodificação da língua, mas que é preciso atrair as crianças, despertando a visão crítica e fazendo com que elas compreendam o que estão lendo e escrevendo. E, para ajudar a melhorar esse cenário e obter os resultados esperados, a Editora Positivo lança um programa de letramento e alfabetização voltado para alunos que ainda não estão alfabetizados ou que apresentam defasagem de alfabetização. O Letrix oferece às escolas assessoria pedagógica para envolver os professores nessa missão. As instituições que contratarem o programa terão acesso a orientações voltadas para os docentes por meio de 40 vídeo-aulas específicas sobre as unidades dos livros, avaliações de entrada e de saída, além de suporte online e via telefone.

Um dos diferenciais do programa é estar alinhado às novas gerações de estudantes. Tanto a proposta pedagógica, quanto o projeto gráfico, conversam com o universo de jogos e elementos presentes no dia a dia dos alunos, nativos digitais, com algum acesso, mesmo que mínimo, às tecnologias digitais. O projeto gráfico do material, de vanguarda, aproxima o conteúdo dos alunos. “A Editora Positivo trouxe a gameficação para dentro das páginas dos livros, o que deve despertar o interesse por parte dos alunos e engaja-los no processo de aprendizagem da leitura”, destaca Damila Bonato, Gerente de Produtos. Com as orientações em vídeos, os professores poderão se preparar para as aulas e traçar novas estratégias.

Podendo ser adotado por escolas públicas e privadas, o programa está dividido em duas etapas. O Letrix 1 propõe um trabalho de letramento mais simples: os gêneros trabalhados apresentam menor complexidade, as propostas de leitura e compreensão dos textos também são menos desafiadoras. O foco é maior na alfabetização, na compreensão do sistema alfabético de escrita. Já o Letrix 2 mantém as atividades de reflexão sobre a escrita e sistematização desse sistema. Além disso, propõe um trabalho mais intenso de letramento, com textos de gêneros mais complexos e propostas de leitura e compreensão progressivamente mais desafiadores. “Dessa forma, sendo desafiado, o aluno com dificuldade acaba encontrando motivação para avançar e alcançar melhores desempenhos”, garante Silvia. 

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