Goiás é alvo da PF em esquema de tráfico internacional de pessoas
Pela internet, os criminosos chegavam até transexuais, onde ofereciam procedimentos estéticos e cirúrgicos. Oito pessoas foram traficadas para a Europa pelo grupo criminoso no ano passado
Da Redação
Foi deflagrada nesta quinta-feira (09) a Operação Fada Madrinha, que
investiga tráfico internacional de pessoas e trabalho escravo. A ação tem apoio do Ministério Público do Trabalho e do Ministério Público Federal.
Cinco mandados de prisão preventiva e oito mandados de busca
e apreensão estão sendo cumpridos nas cidades de Franca em São Pulo, Goiânia,
Aparecida de Goiânia, Jataí, Rio Verde e Leopoldina. Todos foram expedidos pela 2ª Vara Federal de
Franca e 52 policiais federais estão envolvidos na ação.
Com perfis falsos na internet, os criminosos chegavam até transexuais, onde
ofereciam procedimentos estéticos e cirúrgicos. Aceitando a proposta, as
vítimas contraiam dívidas altíssimas com os aliciadores e ainda eram feitas
reféns, sujeitas à condições escravas.
Os próprios suspeitos eram responsáveis pelas aplicações de
silicone industrial, para realizar procedimentos nas mamas, boca e quadris das
vítimas. O produto é proibido pela Agência de Vigilância Sanitária e pelo
Ministério da Saúde, podendo acarretar infecções e óbitos de pessoas.
A Polícia investigou que cerca de oito pessoas foram
traficadas para a Europa pelo grupo criminoso no ano passado, quando a apuração
do caso teve início.
O grupo criminoso irá responder pelos crimes de tráfico
internacional de pessoas, redução à condição análoga à de escravo, associação
criminosa, rufianismo e exercício ilegal da medicina. As penas podem
ultrapassar 25 anos de reclusão.