Homens possuem maior propensão a desenvolverem doenças de pele
Falta de acompanhamento dermatológico e pouco uso de produtos de proteção são alguns dos fatores que influenciam maior incidência de doenças de pele no público masculino
Da Redação
Neste próximo domingo (12), comemoramos o Dia dos Pais. Segundo uma pesquisa Instituto Nacional de Câncer (Inca), os homens possuem maior propensão a desenvolverem doenças de pele que mulheres. O Inca estima que, apenas neste ano, ocorram 165.580 novos casos de câncer de pele no País, sendo 85.170 em homens e 80.410 em mulheres. A doença, que corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no Brasil, atinge mais os homens brasileiros do que o tumor de próstata, segundo o Inca.
Um dos motivos da maior incidência de câncer de pele em homens está ligado à ausência de certos cuidados, por exemplo com a proteção solar. Outro fator que influencia essa estatística é a baixa procura por consultas médicas. Segundo dados da Universidade de São Paulo (USP), a quantidade de homens que procura médicos é 30% menor que a de mulheres. Tal quadro propicia a manifestação de uma série de patologias.
O gerente farmacêutico da Drogaria Santa Marta Adriano Umbelino explica que, em razão dessa baixa procura por especialistas, o diagnóstico em homens costuma ser feito quando a doença já está em uma fase mais avançada. “Os homens, em geral, costumam se cuidar menos. A orientação é que frequentem regularmente o dermatologista. Entretanto, a procura por um médico especialista ocorre com mais regularidade entre as mulheres”, relata.
De acordo com a médica dermatologista Alessandra Serquiz, a cada 10 pacientes atendidos, apenas dois são homens. No entanto, ela destaca que a procura por atendimento dermatológico por parte do público masculino tem crescido consideravelmente. “Os homens têm procurado cada vez mais os consultórios dermatológicos para se cuidarem. Uma das principais queixas está ligada à queda de cabelos e patologias do couro cabeludo. Também tem sido comum a busca por cuidados com a pele como preenchimentos e aplicação de toxina botulínica”, afirma.
Para Alessandra, a principal diferença é que as mulheres, na maioria das vezes, buscam tratamentos preventivos e realizam os procedimentos por etapas. Já os pacientes do sexo masculino costumam procurar atendimento quando têm uma queixa específica e com o intuito de “resolver em um único dia”.
Além do alto índice de câncer de pele em homens, também é comum a existência de acne, foliculite da barba, micose, queda de cabelo e dermatite seborreica do couro cabeludo, popularmente conhecida como caspa.
Procura
Nas farmácias, os produtos mais procurados por homens, segundo o farmacêutico da rede Santa Marta Marcos Vinícius Almeida, são os cremes hidratantes, loções, tônicos, dermocosméticos e fotoprotetores. “Para aqueles que sofrem com espinhas, os esfoliantes são grandes aliados, especialmente para os que possuem pele oleosa. Outros produtos com grande procura também são os medicamentos para o combate da alopecia, antimicóticos e antifúngicos”, comenta Marcos.
O publicitário Luís Fernando Pagliaro, 32, lida, há cerca de três anos, com crises de dermatite atópica, doença crônica que provoca coceiras e irritações na pele. Para minimizar o incômodo e diminuir a frequência de episódios, ele estabeleceu uma rotina de cuidados. “Passei a ir à dermatologista a cada seis meses. Nas primeiras crises, desconfiei que a dermatite tivesse surgido devido ao uso de produtos para pele oleosa. De lá para cá, venho testando produtos sugeridos pela médica e notei uma melhora significativa, principalmente com o uso de sabonetes glicerinados e shampoos que contêm ingredientes mais naturais”, conta.