Gêmeas siamesas passam por cirurgia de separação em Goiânia
As irmãs nasceram com 37 semanas de gestação e são unidas pelo tórax e abdômen, compartilhando apenas o fígado. Operação emergencial foi motivada por problema cardíaco de uma das crianças
Da Redação
Atualizada as 12:44 para adicionar a informação sobre a cirurgia de separação*
Na manhã desta quinta-feira (23) foi realizada a cirurgia de separação da gêmeas siamesas que nasceram ontem(22) no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia. A decisão de fazer o procedimento, de forma emergencial, apenas um dia após o nascimento, foi tomada em virtude de um problema cardíaco que uma das irmãs possui.
Segundo informações do HMI,a operação teria começado às 9h e durado cerca de 3h. Foi necessária uma equipe médica de aproximadamente 15 profissionais. A mãe da meninas, Viviane de Menezes dos Santos, de 30 anos, saiu de Salvador (BA) com o marido para realizar o parto em Goiânia. Ela está internada Clínica de Ginecologia e Obstetrícia do HMI e seu quadro de saúde é considerado bom.
Em um boletim divulgado nesta manhã, antes da cirurgia, o HMI informou que as meninas permaneciam em estado grave, porém estável. As irmãs nasceram com 37 semanas de gestação e são unidas pelo tórax e abdômen, compartilhando apenas o fígado. Juntas, elas pesam 4.785 quilogramas.
Segundo o hospital, não há previsão de alta tanto para a mãe, quanto para as recém-nascidas.
Histórico
O HMI é a única unidade hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS) apta a realizar a separação de gêmeos siameses. Já foram registrados 38 casos de siameses. A primeira aconteceu em 2000, das gêmeas Larissa e Lorrayne, que eram unidas pelo abdômen e pela pelve e compartilhavam rins, estômago, bexiga, intestino grosso, uretra, vagina e ânus. Este será o 18º procedimento de separação realizado no HMI.
A literatura médica mundial indica que, dentre os siameses operados, um em cada cinco sobrevivem à cirurgia. No HMI, esse índice chega a 50%.