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domingo, 14 de dezembro de 2025
Cidades

UEG atrasa pagamento de bolsas para estudantes de baixa renda

Os atrasos, que antes não excediam 10 dias, vão para o terceiro mês

Sheyla Sousapor Sheyla Sousa em 30 de outubro de 2018
UEG atrasa pagamento de bolsas para estudantes de baixa renda
Os atrasos

A Universidade Estadual de Goiás esclarece que tem sido feita gestão junto à Secretaria da Fazenda para a liberação de recursos para pagamento das bolsas

Thiago Costa

Por todo o Estado alunos da Universidade Estadual de Goiás (UEG) sofrem com a falta dos repasses referentes às bolsas que a universidade deveria pagar normalmente todo dia 15. Alguns, inclusive, não podem ter outro trabalho por conta do contrato que a universidade os faz assinar no início do programa, para que seus trabalhos sejam exclusivos.

Uma mestranda em ciências aplicadas a produtos para saúde que não quer se identificar, por conta da difícil situação financeira que passa em casa e para continuar os estudos, diz que a falta de certeza que o dinheiro vai cair na conta preocupa os estudantes.

“Todos os dias procuramos respostas por e-mail e também pessoalmente com a Central de Bolsas, na Gerência de Finanças, com o pró-reitor e com o próprio reitor, que nunca quis nos atender. Eles sempre colocam a culpa na Secretaria da Fazenda que, de acordo com eles, não estão fazendo os repasses para nós. Para mim é um descaso, porque somos trabalhadores da UEG e temos um contrato de exclusividade”, finaliza a pesquisadora.

A estudante de mestrado garante que, por não poder trabalhar fora, está com inúmeras complicações na vida financeira. Se não bastasse o aluguel atrasado, o gás de cozinha da estudante acabou e ela não tem dinheiro para comprar outro, o que a obriga fazer suas principais refeições na casa de outra colega para não abandonar os estudos. O valor da bolsa da estudante é de R$ 1.500,00. 

“No mestrado a gente passa o dia todo no laboratório. Minha rotina é de domingo a domingo, sem folgar sequer em feriados, das 8 às 20 horas. Meus problemas, além dos que passo em casa, são que não tenho dinheiro para locomoção e, por ficar todo o dia no local, nem dinheiro para lanche tenho”, reclama a estudante.

Lucas de Sousa e Mariana Moreira são namorados e cursam história na unidade da UEG de Morrinhos, cidade a 132 quilômetros de Goiânia. O casal decidiu morar juntos para diminuir despesas e para a permanência dos dois no curso, já que, de acordo com Mariana, desde maio os pagamentos são incertos. “Pagam um mês e falham outro”, disse a estudante que afirmou que um dos dois procura emprego na cidade, o que é mais difícil pelo fato deles serem estudantes e os empresários não gostarem dos horários que a instituição de ensino exige desses estudantes.

O casal enfrenta dificuldades para a realização dos trabalhos propostos pelos professores, já que nem todos profissionais passam os textos por arquivo digital e o casal não tem dinheiro para as impressões. 

Mariana diz ainda que “na UEG de Morrinhos não é falado nada sobre os porquês dos atrasos. Agora vamos procurar empregos na cidade, mas se nenhum de nós dois conseguirmos, vamos ter que abandonar a faculdade. A cidade está com a taxa de desempregado altíssimo”, afirma a estudante de História. 

Frederico Dias é de Goiânia e estuda em Morrinhos. O estudante disse estar afetado, pois é difícil se manter em outra cidade sem esses valores. A bolsa é importante para o estudante pagar o aluguel e a alimentação. “O sentimento é de impotência. Essa bolsa não é dada a nós por ele. Para receber você tem que cumprir 32 horas mensais de atividades para pegar o valor de R$ 400, como é o meu caso. Eu não posso deixar de cumprir essas horas. Todo dia 10 tenho que levar o relatório para a Comissão Central de Bolsas. Eles não me falam nada de informações sobre pagamento. A gente manda e-mails e eles respondem que não tem nenhuma informação sobre quando acontecerá o pagamento, jogando a culpa para a Sefaz”, desabafa Frederico.

Em nota, a Universidade Estadual de Goiás esclarece que tem sido feita gestão junto à Secretaria da Fazenda para a liberação de recursos para regularizar o pagamento das bolsas. Reconhecemos a importância das bolsas para cada discente que as recebe e lamentamos os atrasos.  

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