“Dados apresentados são artificiais”, diz Caiado sobre transição
Governador eleito cobrou maior transparência nos dados repassados à equipe de transição pelo atual governo
Da Redação
Governador eleito em Goiás, Ronaldo Caiado (DEM) cobrou,
nesta segunda-feira (5/11), maior transparência nos dados repassados à equipe
de transição pelo atual governo. Em entrevista coletiva no Tribunal de Contas
do Estado (TCE) após encontro com o procurador Fernando Carneiro, Caiado afirmou
que as informações apresentadas até o momento são incompatíveis com a realidade
de Goiás e com os dados fiscais obtidos por meio do Tesouro Nacional e do
Ministério da Fazenda.
“A realidade é que os dados apresentados até o momento pelo
governo são artificiais. Se raciocinarmos bem como é que o Estado pode estar
dentro da normalidade se não há o pagamento de Organizações Sociais, da Bolsa
Universitária e nem sequer do funcionalismo público? Não é uma situação de
normalidade. É preciso que o atual governo dê total transparência à realidade
por qual passa Goiás”, afirmou.
Principal motivo do encontro realizado nesta manhã,
Ronaldo Caiado afirmou que o decreto que revoga a obrigatoriedade de
se pagar o salário dos funcionários públicos dentro do mês trabalhado mostra as
dificuldades financeiras do Estado. “O próprio decreto do governador [José
Eliton] ainda mostrou a fragilidade com que Goiás se encontra do ponto de vista
fiscal”, disse.
Segundo o governador eleito, a equipe de transição
estabeleceu um prazo até 30 de novembro para apresentar dados que realmente
apontem caminhos para 2019. “Me interessa saber qual é a capacidade de
recuperação do Estado, quais são as dívidas, os contratos que vão
indiscutivelmente trazer consequências diretas no momento em que eu assumir o
governo. Isso que precisa ser repassado agora”, reforçou.
Sobre a previsão orçamentária do governo de que haveria
superávit de R$ 900 milhões nas contas do Estado, Ronaldo Caiado lembrou
que isso não deve se confirmar. “A previsão era de superávit de R$ 900 milhões,
a realidade é de um déficit de R$ 3,6 bilhões. Não sou eu quem estou dizendo,
são técnicos da própria Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, sobre o
orçamento aprovado e sancionado pelo governo”, disse.
Por fim, o democrata destacou sua determinação em resolver o
caos nas contas públicas de Goiás e resolver os incontáveis problemas de todas
as regiões. “Começaremos 2019 com um novo modelo de gestão. Acredito que terei
por parte da sociedade, dos empresários, servidores públicos, trabalhadores, um
grande engajamento. Ninguém governa sozinho. Mais do que nunca precisarei do
apoio de todos”, arrematou.