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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
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Polícia Federal

Joesley é suspeito de ter praticado obstrução de justiça

Empresário foi preso nesta sexta-feira (9/11)

Postado em 9 de novembro de 2018 por Lucas de Godoi
Joesley é suspeito de ter praticado obstrução de justiça
Empresário foi preso nesta sexta-feira (9/11)

(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O empresário Joesley Batista foi novamente preso por
suspeita de ter praticado obstrução de justiça. A informação é da
Polícia Federal de Belo Horizonte, responsável pelas investigações de um
esquema de corrupção que envolveria a Câmara dos Deputados, o Ministério da
Agricultura e a JBS, grupo do qual Joesley é um dos donos. O Tribunal Regional
Federal (TRF1) da 1º Região, que expediu os mandados, classificou como
provisória a prisão de Joesley. 

A mesma acusação atinge os ex-executivos do
grupo Ricardo Saud, que já esteve detido, e Demilton Antonio de Castro,
ambos delatores na Lava Jato. Joesley está detido na Superintendência
da Polícia Federal (PF) em São Paulo e já prestou depoimento no dia
de hoje.

Segundo a PF, o grupo teria prejudicado a instrução
criminal, ao tentar “desviar a linha de apuração adequada ao correto
esclarecimentos dos fatos.” “Eles omitiram informações de que as
empresas teriam ocultado e destruído parte do material probatório. Há inclusive
indícios de que foram destruídas provas no gabinete de um lobista. Outras
provas foram escondidas. Ao omitir essas informações, eles prejudicaram a
qualidade da colaboração”, afirmou em entrevista coletiva o delegado Mário Veloso.

A defesa do empresário contesta a prisão, promete
recorrer e afirma que ele cumpre rigorosamente o acordo de colaboração –
sob exame do Supremo Tribunal Federal (STF) desde setembro de 2017, quando a
Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a anulação, por fraude, da
delação premiada dos irmãos Batista. 

De acordo com a PF, o grupo empresarial teria manipulado
atos, normatizações e licenciamentos do Ministério da Agricultura, à custa de
pagamentos de propinas a funcionários do alto escalão do ministério. Foi
preso ainda, em regime temporário, o ex-ministro da Agricultura
(2013-2014) e o atual vice-governador de Minas Gerais, Antônio
Eustáquio Andrade Ferreira (MDB). O sucessor dele no ministério até o início de
2015, Neri Geller (PP), hoje deputado federal eleito pelo Mato
Grosso, também foi detido.

Conforme a PF, o esquema ilícito garantiu “a
eliminação da concorrência e de entraves à atividade econômica, possibilitando
a constituição de um monopólio de mercado”. Os atos de ofício
praticados pelos servidores federais referem-se à regulamentação da exportação
de despojos, proibição do uso da ivermectina de longa duração (vermífugo);
e  federalização das inspeções de frigoríficos. 

Teria havido também, por parte do grupo de Joesley, o
financiamento ilegal de campanha de Eduardo Cunha (MDB-RJ), alvo de mais
um mandado de prisão, para a Presidência da Câmara dos Deputados, em
2014. Ele teria sido beneficiário de R$ 30 milhões, em troca do atendimento
dos interesses corporativos. Desse total, R$ 15 milhões teriam como
suposto destino a bancada mineira do MDB, após a lavagem do dinheiro por
escritórios de advocacia.

A Operação Capitu foi montada com base na delação
premiada do doleiro Lúcio Funaro, identificado como parceiro de Cunha e
operador do MDB. Segundo a PF, os alvos de investigação deverão ser
indiciados pelos crimes de constituição e participação em organização
criminosa, obstrução de justiça, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem
de dinheiro, dentre outros.

Outros mandados de prisão temporária expedidos foram contra
o deputado estadual João Lúcio Magalhães Bifano (MDB), Marcelo Pires
Pinheiro e Fernando Manuel Pires Pinheiro, Ildeu da Cunha Pereira; Mateus
de Moura Lima Gomes; Mauro Luiz Rodrigues de Souza Araújo; José Francisco
Franco da Silva Oliveira; Cláudio Soares Donato; Odo Adão Filho; Waldir Rocha
Pena; Walter Santana Arantes; Joesley Mendonça Batista; Rodrigo José Pereira
Leite Figueiredo; Ricardo Saud; Demilton Antonio de Castro e Florisvaldo
Caetano de Oliveira.

Além de 19 mandados de prisão, o TRF1 ainda autorizou 63
mandados de busca e apreensão. Cerca de 310 policiais federais participaram da
operação nos estados de Minas Gerais, São Paulo, do Rio de Janeiro, de
Mato Grosso, da Paraíba e no Distrito Federal. (Agência Brasil)

 

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