Plano fortalece o futuro do turismo em Goiás
O trabalho começou com um diagnóstico dos municípios goianos, avaliou aspectos da gestão do turismo no Estado e fez recomendações
Da Redação
Goiás agora tem um Plano de Fortalecimento Institucional da Gestão do Turismo, com 356 páginas e cinco anos para ficar pronto. O documento foi aprovado pelo Ministério do Turismo sem ressalvas. A função é dar bases para estruturar uma política a longo prazo para o desenvolvimento do turismo no Estado. O trabalho começou com um diagnóstico dos municípios goianos, avaliou aspectos da gestão do turismo no Estado e fez recomendações.
Foram analisadas, por exemplo, a capacidade de planejamento, organização, técnica, de recursos, política e de articulação da Agência Goiana de Turismo, as estratégias e seu impacto atual. Depois de sistematizar as informações, a empresa contratada elaborou o projeto, que prioriza e detalha ações para ser uma ferramenta para nortear e embasar as políticas públicas do setor. O objetivo é levar a Goiás Turismo a ser referência em inovação e gestão do Turismo até 2020.
O plano identifica os pontos fortes, detecta os aspectos que precisam ser melhorados e apresenta caminhos para se chegar lá. Ele desenha as bases para o sistema estadual de turismo, define os papéis do setor público e dos parceiros privados, cria o Conselho Estadual de Turismo, para promoção, planejamento e gestão, unindo toda a cadeia turística, e estabelece o Fundo Estadual de Turismo.
O fundo traz previsão de custos, o que facilita a execução do Plano. Alimentado basicamente pelo Tesouro Estadual e com financiamento do Prodetur (Programa de Desenvolvimento do Turismo), BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e Banco de Desenvolvimento da América Latina, o dinheiro seria usado para financiar os projetos estratégicos. A verba fomentaria cursos de qualificação, eventos, circuitos e infraestrutura turística, por exemplo.
Foco no futuro
O Plano de Fortalecimento Institucional da Gestão do Turismo de Goiás é de longo prazo, e prevê revisões sistemáticas do planejamento para corrigir rumos. Além disso, destaca a importância de se valorizar a cultura, a arquitetura, a história, a natureza e a gastronomia. O texto indica a importância dos destinos turísticos consolidados e a necessidade de implementar medidas para atrair o turista, porque o setor responde positivamente. Em Cavalcante, por exemplo, a arrecadação do turismo cresceu 361% em cinco anos.
Os números apontam que o retorno do investimento na cadeia turística é rápido e diversifica a economia. Estudos do Observatório do Turismo mostram que nos últimos cinco anos, de 2013 a 2017, a contribuição do setor na arrecadação em Goiás cresceu 33%. Em 2017, pegando somente os 83 municípios que compõem o Mapa Turístico, representou acréscimo de 13,8% na arrecadação de tributos estaduais. Lembrando que alguns grandes destinos, como Trindade, não estão no Mapa.
O turismo foi responsável pela chegada de mais R$ 114 milhões de impostos ao cofre goiano só no último ano, 0,5% da receita de 2017. Mas não há contrapartida de investimento oficial correspondente para o setor.
De acordo com o presidente da Goiás Turismo, Rafael Lousa, a conclusão do Plano de Fortalecimento Institucional da Gestão do Turismo é uma vitória. O próximo passo é implementar o plano, o que é também um desafio. “Nós estamos priorizando exatamente um documento que dá robustez à parte institucional, porque aqui existe uma representação específica, pensando o turismo como uma vertente de desenvolvimento do Estado, que marca posição em relação à importância do Turismo no Estado, mas que realmente precisa também ter um fortalecimento da infraestrutura”, destaca.
Para o presidente, essa discussão está no ar e temos que saber como, com nossos recursos, a gente vai atrair visitantes, tanto o turista local, que não conhece Goiás, quanto viajantes de fora. Segundo ele, o turismo está integrado com uma série de outras áreas, mas tem suas especificidades, porque precisa de obra, prestação de serviços, preservação de recursos naturais, da arquitetura, acesso e conservação dos pontos turísticos, incentivo à gastronomia, à cultura e garantia de segurança. “O Plano de Fortalecimento Institucional da Gestão do Turismo é um documento que pensa o futuro”, acrescenta Rafael.