Ministro propõe que médicos oriundos do Fies substituam cubanos
Até a próxima terça-feira (20) será lançado edital para contratação de médicos nas vagas que surgirem com o desligamento de profissionais cubanos
O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, disse nesta sexta-feira
(16/11) que vai sugerir à equipe de transição, na próxima semana, substituir as
vagas abertas com a partida dos cubanos, no programa Mais Médicos, por profissionais formados com
recursos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Segundo ele, o tema foi
analisado por técnicos e deve ser agora debatido em nível político.
“Uma das propostas que nós vamos apresentar é essa, como
outras propostas que estamos trabalhando não só na questão do Programa Mais
Médicos, mas também de outras questões do Ministério da Saúde”, disse Occhi ao
participar da cerimônia de inauguração das instalações do Centro Especializado
em Reabilitação (CER IV), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
O ministro não detalhou a proposta que será apresentada à
equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro. O Fies é um fundo de financiamento
para estudantes de baixa renda. Um período depois de formados, os estudantes
passam a pagar as mensalidades que foram financiadas. Os valores variam de
acordo com a negociação prévia feita no momento da matrícula.
Exigências
O ministro disse que até a próxima terça-feira (20) será
lançado o edital para a contratação de médicos nas vagas que surgirem com o
desligamento de profissionais cubanos. Eles devem ser substituídos por médicos
brasileiros que tenham o número de inscrição no Conselho Regional de Medicina
(CRM), obtido no Brasil e que possam fazer a opção de trabalhar no Programa
Mais Médicos.
“Em um segundo momento, depois de um determinado período,
vamos abrir para os médicos brasileiros formados no exterior. Acreditamos que
existe um universo de cerca de 15 a 20 mil médicos aptos a participar do edital
e a nossa ideia é fazer isso imediatamente ainda agora em novembro nós já temos
médicos que tenham condições já escolhendo seus lugares para trabalhar.”
Vagas
Occhi indicou ter certeza de que as vagas serão
ocupadas, ainda que em chamadas iniciais para o programa os médicos
brasileiros não tenham apresentado grande interesse em participar. “Acredito
que sim [as vagas serão ocupadas], até porque, no último edital que fizemos no
ano passado, tivemos mais de 20 mil inscritos brasileiros. Depois, eles não
foram para os lugares, aí utilizamos em uma segunda chamada o médico
estrangeiro. Acreditamos que sim, já que essa é uma grande oportunidade.”
De acordo com o ministro, o governo federal vai atuar em
parcerica com os municípios e a sociedade médica de uma maneira geral. “É uma
ação que o governo federal vai capitanear, mas há um envolvimento de todos.”
Segundo ele, ainda não foi definido um cronograma de saída dos profissionais
cubanos do Mais Médicos.
“Não tem uma definição. Isso é uma decisão do governo de
Cuba de retirá-los. Nós estamos trabalhando de forma emergencial, para que na
medida em que o médico cubano saia, ele tem a decisão de sair, mas que a gente
tenha outros profissionais brasileiros que possam ocupar este lugar.”
Inauguração
O Centro Especializado em Reabilitação (CER IV),
inaugurado hoje (16), vai atender pacientes em quatro modalidades:
física, intelectual, auditiva e visual. Para a construção da unidade e para a
compra de equipamentos e materiais permanentes, o Ministério da Saúde repassou
R$ 6,5 milhões.
Occhi ressaltou que no CER haverá espaço para recuperação
auditiva, a visual e ortopedia. O município de Duque de Caxias conta com o CER
II. O custeio anual dessa unidade é de R$ 1,6 milhão.
Liberação de recursos
Além de inaugurar o centro, o ministro anunciou a liberação
de R$ 25 milhões para o município de Duque de Caxias ampliar os atendimentos de
média e alta complexidade, como cirurgias e internações, e na Atenção Básica,
no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Estamos trabalhando fortemente para repassar os recursos do
governo federal. Não tem faltado. O presidente Temer tem dado todo apoio. Os
parlamentares federais têm dado a sua contribuição para as suas emendas e aqui
em Duque de Caxias não é diferente”, disse.
Segundo Occhi, os R$ 25 milhões entrarão logo na conta da
prefeitura de Duque de Caxias para ajudar no custeio. “A gente sabe o quanto é
difícil fazer o custeio da saúde e atender à população. Aqui há uma grande
demanda.” Antes da inauguração, ele visitou o Hospital do Olho, a maior
referência oftalmológica de Duque de Caxias, especialmente, em cirurgia de
catarata. (Agência Brasil)