O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

domingo, 23 de fevereiro de 2025
Publicidade
Mobilidade urbana

Secretaria Municipal de Trânsito inicia operação de fim de ano

Apesar de queda no número de multas, operação de fim de ano amplia ações para evitar novos acidentes e mortes

Postado em 6 de dezembro de 2018 por Sheyla Sousa
Secretaria Municipal de Trânsito inicia operação de fim de ano
Apesar de queda no número de multas

e554187140fdfca3e2f58f03e0b041b4

Gabriel Araújo*

A Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) inicia hoje (6) a operação de fim de ano com o objetivo de diminuir número de mortes e acidentes na Capital. De acordo com o órgão, a ação vai abranger três principais locais em Goiânia onde mais infrações foram registradas em 2018, o Centro, Campinas e a Região da 44. Cerca de 50 agentes estarão atuando nos locais, fiscalizando o tráfego a pé e com veículos para evitar que motoristas cometam ações irregulares. 

Para o secretário Municipal de Trânsito, Fernando Santana, a ação visa melhorar o fluxo de veículos e dar mais segurança aos pedestres. “Fizemos um planejamento de ações onde estaremos mais presentes, com um número maior de agentes nessas regiões. Essa região, principalmente da 44, é um dos principais pontos comerciais do país e esperamos que, junto com outras fiscalizações como a postura, tenhamos um controle maior sobre a região”, conta.

De acordo com o comerciante Johnata Miranda da Silva, de 30 anos, a região já é um dos piores locais da Capital quando se trata de trânsito. “Aqui é muito complicado para estacionar e andar mesmo, mas acho que o principal problema é que não tem locais para parar o carro”, conta. Ele trabalha com a venda de roupas há anos no local, mas até hoje não encontrou uma melhor forma de levar as mercadorias. “Tudo aqui é tumultuado, não tem espaço para nada”, finaliza.

Reforço

A principal região comercial do Estado, a 44, terá reforço de agentes com a implantação de sete pontos fixos com fiscais. Entre a 67-A, na conversão com a Marginal Botafogo, 67-A com a Avenida Contorno, Contorno com Independência, Rua 44 com Independência, na conversão da 44 com a Contorno e Oeste com a Goiás. 

Ainda segundo o secretário, o programa busca melhorar a qualidade do trânsito por meio da educação. “A ação inicial do agente é estar educando e controlando. A primeira abordagem vai ser a solicitação para mudar o comportamento e, se houver a insistência, haverá multa”, explica.

Multas

Somente este ano, a SMT aplicou cerca de 500 mil multas, sendo a maior parte, pouco mais de 300 mil, ou melhor, 66%, em casos de tráfego em velocidades superiores às permitidas. Além disso, as principais infrações constatadas na Capital são, além da alta velocidade, o tráfego em locais proibidos, estacionamento em calçadas e quando motoristas avançam o sinal vermelho. Outras infrações que preocupam as autoridades é o transito com veiculo não licenciado e a direção com o uso do celular, que juntas já chegaram à mais de 17 mil multas.

Legislação

Criado em setembro de 1997, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) foi estabelecido na tentativa de diminuir o grande número de acidentes em mortes no trânsito do país. Com determinações que foram alteradas durante os últimos anos, a Lei nº 9.593 fundou as diretrizes básicas da Política Nacional de Trânsito, focando na segurança, fluidez e defesa ambiental. 

Foi o CTB que criou o Conselho Nacional de Trânsito, assim como os conselhos estaduais e os departamentos responsáveis pelos estados e municípios. Além disso, passou a responsabilidade da fiscalização em rodovias federais para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) enquanto das estradas estaduais ficou para a Polícia Militar (PM). 

Em relação à infrações e multas, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) esclarece que as multas são divididas em quatro tipos. As multas leves, que levam um valor em média de R$ 88,38, multas médias custam R$ 130,16 para os motoristas, as graves chegam a valer R$ 195,23 e as gravíssimas R$ 293,47. O Denatran ainda lembra que algumas das infrações gravíssimas podem ter o valor multiplicado por três ou por cinco.

Em Goiânia, houve um aumento médio de 25 mil veículos por ano, o que prejudica a capacidade viária de toda a região metropolitana. De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) a frota da capital registrou um aumento de quase 100 mil veículos nos últimos quatro anos, passou de 1.087.756 veículos em 2013, para 1.209.804 este ano. Se levarmos em consideração a população da capital, estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) Goiânia em quase 1 milhão e meio de pessoas, Goiânia possui mais de um carro por pessoa.

Ainda segundo o Detran, Goiânia possui uma frota com menos de 10 anos de uso, a maioria dos carros que circula na capital, cerca de 77 mil veículos, foram fabricados no ano de 2011. Os anos de 2013 e 2012 seguem em seguida, com 71 mil e 70 mil veículos fabricados. De acordo com o levantamento, veículos fabricados a partir de 2003 somam quase 176 mil veículos. 

Suspensão de carteira varia de acordo com quantidade de pontos e multas 

No final do primeiro semestre deste ano, o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) criou novas regras para definir o tempo de suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). De acordo com o órgão, uma tabela de punições foi desenvolvida e critérios serão utilizados para penalizar os motoristas infratores. As novas regras entraram em vigor no dia 10 de julho, após o Detran-GO publicar a portaria 513/2018 no Diário Oficial do Estado (DOE).

Os novos critérios definem o tempo de suspensão a partir da quantidade de multas recebidas e da quantidade de vezes que as infrações se repetiram. Para motoristas que não realizaram reincidências as penas partem de seis meses, enquanto os que para infratores reincidentes o tempo em que o motorista perde o direito de dirigir pode chegar a 24 meses.

Segundo o diretor de operações do Detran-GO, Assis Peixoto, conforme informado na época, o tempo de suspensão era analisado caso a caso, o que poderia gerar interpretações divergentes dentro do próprio órgão. “Já é uma discussão a nível nacional. As pessoas que discutem o assunto falam que todo mundo acaba sendo jogado em uma vala comum”, conta.

Cartão de crédito

Na mesma época, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) liberou o pagamento de multas por meio do cartão de crédito e, em decorrência, o parcelamento de multas. A resolução diz que a medida não poderá criar ônus para os órgãos de trânsito, que deverão pedir ao Denatran autorização para começar a aceitar cartão e parcelamento.

De acordo com o texto, a implementação da regra ainda depende de cada órgão, que vai definir quais instituições financeiras serão credenciadas e não tem um cronograma definido. Para participar, as instituições de crédito devem informar os cidadãos dos custos adicionais do parcelamento, como juros e taxas, e os órgãos de trânsito devem informar ao Denatran a quantidade mensal de operações realizadas. (Gabriel Araújo é estagiário do jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian). 

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também