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terça-feira, 4 de fevereiro de 2025
Investigações

Médium João de Deus acumula 200 denúncias de abuso sexual

Após veiculação de depoimentos pela imprensa, órgãos formam uma força tarefa para as investigações e Casa poderá ser fechada

Postado em 11 de dezembro de 2018 por Sheyla Sousa
Médium João de Deus acumula 200 denúncias de abuso sexual
Após veiculação de depoimentos pela imprensa

Promotores e delegados cogitam que a Casa Dom Inácio de Loyola poderá ser fechada após todos os depoimentos serem recolhidos

Thiago Costa

A Polícia Civil e o Ministério Público de Goiás (MP-GO) criarão forças-tarefas especiais para apurar as denúncias de abuso sexual envolvendo o médium João Teixeira de Faria, conhecido internacionalmente como João de Deus. Hoje (11) as denunciantes começam a ser ouvidas, para dar prosseguimento à investigação. De acordo com a promotora Gabriela Manssur, de São Paulo, mais de 200 casos chegaram ao conhecimento do Ministério Público.

O Ministério Público goiano pretende atuar em conjunto com promotores de outras unidades da federação onde residam mulheres que afirmem ter sido vítimas de abusos sexuais supostamente cometidos pelo médium. O endereço eletrônico [email protected] faz parte da força-tarefa para receber as denúncias. 

Alguns processos contra o líder religioso que foram extintos por falta de provas serão avaliados. “Identificamos alguns processos. Conforme depoimentos forem coletados, poderemos reabrir os casos”, disse a coordenadora do Centro de Apoio Pperacional de Direitos Humanos, Patrícia Otoni.

Os novos casos serão investigados por quatro promotores e duas psicólogas. De acordo com o promotor Steve Gonçalves Vasconcelos, de Alexânia, cidade onde ocorrem os atendimentos realizados por João de Deus, o poder público precisa dos relatos das vitimas para instruir a investigação e para que a Justiça seja realizada. 

Em nota divulgada no sábado (8), a Federação Espírita Brasileira afirma que o espiritismo orienta que o serviço espiritual não deve ocorrer isoladamente, apenas com a presença do médium e da pessoa assistida. Além disso, a entidade informa que “não recomenda a atividade individual de médiuns que atuem por conta própria” que, portanto, “não estão vinculados ao movimento espírita, nem seguindo sua orientação”.

Fechamento 

A Casa Dom Inácio de Loyola poderá ser fechada após todos os depoimentos terem sido recolhidos, cogita delegados e promotores que estão à frente do caso. As denúncias são de que o líder religioso teria abusado de mulheres em seções individuais de atendimento espiritual na casa erguida pelo próprio suspeito. 

“Só a força-tarefa poderá decidir” se a casa será fechada no decorrer das investigações, de acordo com a delegada responsável pela Coordenadoria de Comunicação da PC-GO, Marcella Orcyai. O promotor Luciano Miranda Meireles afirma que as medidas serão tomadas com cautela. “Enquanto não tivermos algo concreto, por cautela, não poderemos interditar o estabelecimento. Ainda de acordo com o promotor, um pedido desses, se for feito agora, poderá ser negado. “Tomaremos todas as providências, de forma célere, mas não atabalhoada” garante o promotor. 

Casos 

Antes do assunto se tornar nacionalmente conhecido pela imprensa, já existiam dois processos contra o médium de Abadiânia. Um deles, de 2016 já está em fase avançada. Há outro, de uma moradora de São Paulo. “Antes disso, o João já tem três processos no poder judiciário. Sendo que dois desses foram arquivados e no outro ele foi absolvido”, disse a responsável pela Coordenadoria de Comunicação da PC-GO,  Marcella Orcyai.

De acordo com a delegada, não há previsão para que o suspeito de ter cometido os crimes contra as mulheres seja ouvido pelas autoridades. Todos os novos casos se dão graças à veiculação nacional sobre o assunto e o Ministério Público deverá colher denúncias por todo o país, já que há a possibilidade do número de denúncias aumentar em todo o Brasil, pois pessoas não apenas do Brasil procuravam a casa para buscar respostas religiosas, mas de várias partes do mundo. A força tarefa ficará responsável por decidir quando o suspeito será ouvido. (com informações Agência Brasil)

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