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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Rubens Salomão

Iris Rezende escolhe a ausência e governismo divide MDB

Decisão de se manter ausente de Iris Rezende mostra a confirmação prática de que o prefeito deve encerrar a carreira política ao fim deste mandato em 2020

Postado em 21 de janeiro de 2019 por Sheyla Sousa
Iris Rezende escolhe a ausência e governismo divide MDB
Decisão de se manter ausente de Iris Rezende mostra a confirmação prática de que o prefeito deve encerrar a carreira política ao fim deste mandato em 2020

Mantido na presidência do diretório regional do MDB, o ainda
deputado federal Daniel Vilela fez questão de reforçar o posicionamento de
oposição ao governo de Ronaldo Caiado (DEM) nas primeiras declarações depois da
eleição interna, em meio à divisão interna com prefeitos caiadistas. “Não
ganhamos as eleições, mas permanecemos de cabeça erguida pela consistência e
qualidade do nosso projeto. Não aderimos a um caminho fácil de buscar o poder
pelo poder e hoje estamos de cabeça erguida muito mais do que aqueles que não
seguiram o partido”, afirma Daniel. “Seremos os antagonistas ao governo do
estado”, completa. O novo conselho de ética do MDB levará a cabo a expulsão dos
que apoiaram a candidatura de Caiado. Não é o caso do prefeito de Goiânia, Iris
Rezende, que, longe de ser um vilelista, se mantém distante do debate
partidário. O ex-governador trata o tema como uma “questão pequena” e evita se
posicionar entre a oposição de Daniel e a dependência administrativa do Estado,
além da amizade que mantém com Ronaldo Caiado.

Fora dessa

A decisão de se manter ausente de Iris Rezende mostra a
confirmação prática do que o próprio prefeito tem avisado: deve mesmo encerrar
a carreira política ao fim deste mandato em 2020, quando terá 87 anos.

Sem chance

Lideranças municipais que tentavam convencer o prefeito a
ser candidato à reeleição já não conversam com Iris sobre isso. Preferem
esperar que uma possível recuperação da gestão o motive a continuar por mais
quatro anos.

Militares ocupam
governo

Os militares nomeados ou prestes a serem nomeados já passam
de 45 no governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), espalhados por 21 áreas:
da assessoria da presidência da Caixa Econômica ao gabinete do Ministério da
Educação; da diretoria-geral da hidrelétrica Itaipu à presidência do conselho
de administração da Petrobras.

O Exército, do qual vieram o presidente e seu vice, Hamilton Mourão, tem
maioria entre os membros do governo: são, por enquanto, 18 generais e 11
coronéis da reserva – o número cresce a cada dia. Militares agora comandam o
DNIT, a Zona Franca de Manaus, FUNAI e sete ministérios: Secretaria de Governo;
Defesa; Minas e Energia; Infraestrutura; Segurança Institucional; CGU e
Comunicações. Generais da reserva ou reformados ocupam cinco cargos no comando
da Secretaria-Geral da Presidência da, comandada por um civil, o advogado
Gustavo Bebianno. No Ministério de Justiça do ex-juiz Sergio Moro, os militares
se espalharam pela Secretaria Nacional de Segurança Pública de forma inédita
desde que o órgão foi criado, em 1997.

CURTAS

Orçamento – A
força econômica dos setores com presença militar ultrapassa as centenas de
bilhões de reais. Só a Petrobras teve receita de R$ 283 bilhões em 2017.

Saúde – O Hospital
Municipal de Aparecida de Goiânia completou um mês de atividade com mais de 300
pacientes atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Educação
Inadimplência dos estudantes beneficiados pelo FIES após a formatura chega a
20%. Em Goiás, valor acumulado é de R$ 302,9 milhões.

Divisão

A decisão do governador Ronaldo Caiado (DEM) de dividir a
reforma administrativa em duas partes coloca em alerta os articuladores e
técnicos do governo. Avaliação é de que, quanto mais tempo demorar, maior será
a pressão de aliados contra cortes.

Projetos virão

A primeira parte das mudanças abrangerá a estrutura básica,
com criação das pastas temáticas antes fundidas nas super secretarias. Depois é
que será definida a estrutura complementar, com cortes profundos nos segundo e
terceiro escalões.

Participação geral

A economista Ana Carla Abrão define que “os demais poderes
precisam entender que também têm que ser parte do ajuste”, repercutindo
críticas à histórica composição política do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Criatividade

A ex-secretária da Fazenda em Goiás ainda aponta que não se
pode continuar “com esse incentivo à contabilidade criativa que também não
expõe a realidade dos números nos poderes autônomos, que não cumprem os limites
da LRF”.

Prioridades

Ao prestar contas, Caiado mostrou que os
ex-governadores Marconi Perillo e José
Eliton (ambos do PSDB) destinaram R$ 2,371 bilhões para empenho de contratos e
terceirizações. Um “crescimento vertiginoso”, apontou governador. 

Servidores

“Isso mostra qual
foi a prioridade da gestão passada: em vez de pagar o salário dos servidores
públicos, preferiu entregar o dinheiro para os terceirizados”, destacou.

 

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