Cachoeira e família viram réus em processos que apuram lavagem de dinheiro
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), ele utilizava os familiares como laranjas para registrar imóveis e bens provenientes da renda com jogos de azar
Eduardo Marques*
O contraventor Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, virou réu em dois processos que apuram a lavagem de mais de R$ 37 milhões. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), aceita pela Justiça Federal, ele utilizava os familiares como laranjas para registrar imóveis e bens provenientes da renda com jogos de azar. Condenado por fraudes em loteria, Cachoeira cumpre pena em regime semiaberto.
Além dele, a Justiça Federal também tornou réus a ex-mulher dele, Andréa Aprígio de Souza, o irmão dela e ex-cunhado de Cachoeira, Adriano Aprígio de Souza, e o contador Geovani Pereira da Silva, que era responsável pela gestão financeira de uma organização criminosa chefiada por Carlinhos Cachoeira na exploração de jogos de azar.
A denúncia contra Cachoeira, Andréia e Adriano foi aceita na última quinta-feira (24) pelo juiz Rafael Ângelo Slomp, da 11ª Vara Federal de Goiânia. Além de exigir alegação da defesa do trio, o magistrado também decretou o sequestro de bens relacionados na denúncia apresentada pelo MPF.
No documento, o juiz considera que a ex-mulher e o ex-cunhado de Cachoeira registravam bens em seus nomes como “ocultação e branqueamento” dos mesmos. Foram listados pelo MPF pelo menos 58 imóveis no nome dos dois, totalizando quase R$ 24 milhões.
Já a denúncia contra o contador de Cachoeira, Geovani Pereira, foi recebida pela Justiça Federal no último dia 10 de janeiro. De acordo com o MPF, o contraventor utilizava as contas bancárias do seu então contador, Geovani Pereira da Silva, para movimentar recursos financeiros obtidos com a exploração de máquinas caça-níqueis. Conforme o órgão, entre 2008 a 2011 Cachoeira teria movimentado mais de R$ 13,8 milhões por meio do contador.