Investigações sobre Enel e faculdades serão as primeiras
Rubens Salomão
A Assembleia Legislativa já registra propostas de sete
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) apresentadas desde que os trabalhos
foram iniciados na atual legislatura, há apenas oito dias – todas com o mínimo
de 14 assinaturas que possibilitam abertura. No entanto, o Regimento Interno
estabelece que só cinco podem ter trabalhos concomitantes. O presidente da
Casa, Lissauer Vieira (PSB), busca discurso de convergência entre os tantos
requerimentos, mas usa o critério da anterioridade na apresentação dos pedidos
junto à Mesa Diretora para escolher quais serão instaladas. Na primeira semana,
foram protocoladas as CPIs da EneL, por Henrique Arantes (PTB) e Alysson Lima
(PRB), e a retomada da comissão das faculdades particulares, por Talles Barreto
(PSDB); além dos incentivos fiscais, de Humberto Aidar (MDB); obras paradas, de
Amauri Ribeiro (PRP); e a das organizações sociais, por Eduardo Prado (PV).
Ontem, Major Araújo (PRP) apresentou propostas para investigar Saneago e a
Previdência estadual. Total de sete, por enquanto.
Prioridades
“Todas as CPIs são prioridade, mas vamos instalar primeiro a
das faculdades, que estava suspensa, e a da Enel, que está mais adiantada.
Dentro do cronograma de apresentação, vamos atender a todos os deputados”,
define Lissauer.
Foi fácil
Com as últimas CPIs apresentadas, o deputado Major Araújo
aponta que não teve dificuldades para conseguir as 14 assinaturas. “Tenho até
mais que isso. Temos agora um perfil de deputados que são mais conscientes do
seu dever de fiscalizar”.
Liderança no
Congresso
O nome do deputado federal goiano João Campos (PRB) tem
sido, de fato, considerado na base do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para
assumir a liderança do governo no Congresso Nacional – com atuação na Câmara
dos Deputados e no Senado. O delegado admite a cotação, mas define que, de
maneira alguma, entrará na disputa declarada em Brasília entre parlamentares
que pleiteiam intensamente o posto, como a deputada paulista Joice Hasselmann
(PSL), considerada favorita. O goiano corre por fora e conta, nos bastidores,
com o apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM). “Me parece ser algo
interessante se eu vir a ser líder do governo no Congresso. Se o presidente
entender assim e me fizer o convite, mas é uma decisão muito pessoal dele e da
Casa Civil, que é o ministério que cuida da articulação política”, se dispõe o
parlamentar. “De fato, algumas pessoas levaram meu nome”, confirma. Sobre a
disputa, João Campos alfineta os adversários: “o presidente Bolsonaro precisa
ficar muito à vontade para tomar essa decisão.”
CURTAS
Correção – João
Campos, portanto, não é cotado para substituir o líder do governo na Câmara
Federal, Major Vitor Hugo (PSL), como publicado aqui ontem.
Papo – A conversa
da secretária de Economia, Cristiane Schmidt, deputados da Comissão de Finanças
da Alego está confirmada para hoje, às 14h.
Proibição – O
líder do governo Caiado, deputado estadual Bruno Peixoto (MDB), apresentou
projetos para proibir canudo plástico e fogos ruidosos em Goiás.
Fora da toca
O prefeito de Trindade, Jânio Darrot (PSDB), finalmente
assumiu a presidência da CDTC, órgão que delibera sobre aumento da passagem de
ônibus. Teve reuniões com o prefeito de Goiânia, Iris Rezende e o presidente da
Alego, Lissauer Vieira (PSB).
Preocupação
Deliberou sobre a retirada da AGR da fiscalização do
transporte na Região Metropolitana. “O projeto é justo, mas nos preocupamos com
a saída do corpo técnico, que dava segurança para tratar do valor tarifário”,
afirma Jânio Darrot.
Calma lá
O governo estadual ressalta que o projeto “apenas modifica a
forma de atuação da AGR, definindo que caberá a ela a oitiva nos procedimentos
de reajustes e revisões tarifárias, controle da qualidade, e fiscalização
supletiva dos serviços prestados”.
À frente
O estado ainda aponta que “mudança na composição desta vaga
na Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo ocorre pelo fato de que a AGR não
dispõe de dados técnicos para a elaboração de parecer sobre a revisão
tarifária”.
Identificação
O deputado Karlos Cabral (PDT) apresentou projeto para que
registros policiais tenham a identificação das vítimas de crimes pela cor da
pele. Ou seja: identificação racial.
Justificativa
“Indicadores nacionais sobre a violência contra
jovens negros não são tão bem aceitos em Goiás. Com a identificação racial nos
documentos locais, essa realizada não será camuflada e o governo poderá adotar
medidas específicas”, defende o autor.