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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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Se PM não tivesse chegado logo teria sido pior, diz Doria

Os policiais chegaram no local após 8 minutos do acionamento

Postado em 14 de março de 2019 por Isabela Maria Moraes Serra
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O governador de São Paulo, João Doria, disse hoje (14), que poderiam ter ocorrido mais mortes na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, caso a polícia não tivesse chegado ao local rapidamente.

“O fato ocorreu entre 9h e 9h15 da manhã, sendo que a Polícia Militar chegou ao local em oito minutos. E foi determinante a chegada da Polícia Militar porque, sem a chegada da polícia, teria sido pior”, disse o governador. No massacre foram mortos cinco estudantes e duas coordenadoras de ensino. Os atiradores também mataram um comerciante, tio de um deles, pouco antes de chegarem à escola.

Doria visitou ontem (14) a escola, pouco depois dos dois atiradores terem matado sete pessoas no local. “Vi uma cena que não vou me esquecer nunca mais na minha vida. Teve três momentos dramáticos na minha vida: a perda da minha mãe, a perda do meu pai e a cena que assisti ontem em Suzano. Foi uma das maiores tragédias que um ser humano pode ver, crianças mortas e ensanguentadas no chão e as duas auxiliares”, disse.

O governador anunciou hoje (14) que as famílias das sete vítimas serão indenizadas pelo estado, em cerca de R$ 100 mil. O pagamento deverá ocorrer em até um mês. O decreto deverá ser publicado amanhã (15) em Diário Oficial.

O governo de São Paulo também ajudou as famílias oferecendo apoio psicológico e médico, helicópteros para transferência de feridos para hospitais e apoio aos funerais. Segundo Doria, o ministro da Justiça, Sergio Moro, ligou para ele na manhã de ontem para também oferecer apoio do governo federal.

Levantamento

Segundo o governador, a Escola Estadual Professor Raul Brasil, palco dos ataques, não constava de um levantamento do estado que apontava unidades com maior vulnerabilidade no estado. “Essa escola não tinha registro de violência em níveis elevados”, disse.

O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, explicou que o levantamento mapeou as escolas de maior vulnerabilidade e com riscos de violência. “Esse levantamento foi para aquelas escolas que estão em região de maior vulnerabilidade e riscos de ocorrências mais recorrentes, com um trabalho conjunto com a Secretaria de Segurança, para que a gente possa dar outros tipos de proteção tanto para o aluno quanto para os professores. Tivemos atualmente, por exemplo, aluno agredido por professor. É outro tipo de ação. Eram 141 escolas mapeadas para uma primeira etapa, mas não está limitado a elas”.

Segundo o secretário, problemas como ocorreram ontem na Escola Raul Brasil não podem ser enfrentados colocando-se somente mais segurança ou mais câmeras nas escolas. “Isso ajuda e auxilia, inclusive no próprio trabalho da polícia. Mas se não encararmos isso como uma situação de enfrentamento da nossa sociedade como um todo, não vamos avançar. Isso não é um problema da Escola Raul Brasil. Não é problema somente do governo. É também problema das nossas famílias, que precisam ajudar a encontrar os fatores que levaram a esses jovens a cometerem essa tragédia. É preciso identificar anteriormente a possibilidade”, disse o secretário.

“O aluno que vem passando todos os anos, sem ter nenhuma ocorrência dentro da escola [como é o caso de um dos atiradores], ele abandona a escola e não há nenhum sinal de que ele poderia ser causador de algo como isso. Precisamos e vamos trabalhar muito para que a gente apoie a formação de professores para ajudar a identificar isso. E vamos apoiar as famílias também para observar os sinais”, acrescentou. “Precisamos também chegar aos pais porque, muitas vezes, esses sinais só são visíveis dentro de casa, com quem ele tem se relacionando”, disse Soares.

De acordo com Soares, é preciso tentar acompanhar os jovens para evitar ocorrências tão trágicas quanto a que ocorreu na Escola Raul Brasil. “Não basta somente pensar no físico [segurança]. Faremos, e estamos trabalhando nisso. Mas precisamos encontrar a forma de fazer diagnósticos e acompanhar esses meninos e meninas que precisam desse olhar. Isso para mim é o pilar fundamental de transformação da sociedade, porque senão a gente vai colocar segurança na escola e ele não vai entrar na escola, vai matar na igreja, no cinema ou em outros lugares. E em nenhum lugar podemos permitir perder esses jovens para esse outro lado [da violência]”.

Porte de armas

João Doria evitou comentar sua posição na questão da liberação de porte de arma para a população. “Não creio que debates como esse devam ser vinculados a situação de tragédia. Deve haver serenidade e equilíbrio na discussão desse tema”, disse. (Agência Brasil)

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