Após ciclone, Moçambique enfrenta risco de surto de cólera
Na região da cidade de Beira, a mais atingida pelo desastre, há 228 mil pessoas abrigadas em ambientes sem condições de higiene
Pouco mais de 10 dias depois de o Ciclone
Idai passar por Moçambique, o país está sob alerta do cólera. Segundo as
autoridades estrangeiras, há vários registros de mortes em decorrência da
doença nos centros de acolhimentos.
Na
região da cidade de Beira, a mais atingida pelo desastre, há 228 mil pessoas
abrigadas em ambientes sem condições de higiene. A Cruz Vermelha Internacional
advertiu que Moçambique enfrenta momento delicado e cercado de ameaças. A
comida é escassa.
O
cólera, o tifo e a malária são doenças transmitidas através da ingestão de água
ou alimentos contaminados e alastram-se em ambientes de pouca higiene.
Pelos
últimos dados, morreram 446 pessoas em Moçambique. Para as agências
humanitárias, o desastre em Moçambique tem semelhanças com as tragédias
humanitárias do Iêmen e da Síria.
Prevenção
A
Cruz Vermelha informou que adotou uma série de medidas para impedir os surtos
no país, inclusive com a instalação de dois hospitais de campo de emergência
seguirão. Os hospitais podem fornecer serviços médicos, cirurgias de
emergência, bem como internação e atendimento ambulatorial para pelo menos 30
mil pessoas.
Um
vôo de carga deve desembarcar, nos próximos dias, em Moçambique com voluntários
e água tratada para atender 15 mil pessoas por dia.
Fundos
de emergência devem fornecer assistência para cerca de 200 mil pessoas,
enviando água, saneamento e higiene, abrigo, saúde, meios de subsistência e
serviços de proteção nos próximos 24 meses.
O
ciclone Idai afetou mais de 1,85 milhão de pessoas em Moçambique, de acordo com
as Nações Unidas. A estimativa é que 483 mil pessoas tenham sido deslocadas
pelas inundações, que destruíram e submergiram uma área de mais de 3mil
quilômetros quadrados. (Agência Brasil)