Além do programa de compliance, pelo qual o governo estadual
pretende estabelecer sistemas capazes de evitar casos de corrupção e mau uso de
recursos públicos, a atual gestão realiza inspeção detalhada sobre todos os
contratos e já detectou, nos primeiros 100 dias, irregularidades em 11
contratos. Os casos causaram, segundo a Controladoria-Geral do Estado, danos
estimados em R$ 30 milhões, sobre contratos com valor total de R$ 552 milhões.
O processo, no entanto, ainda está em curso, já que os órgãos de fiscalização
pretendem apurar todos os termos, que resultaram em gastos de R$ 1,7 bilhão nos
governos de Marconi Perillo e José Eliton (PSDB). O governador, Ronaldo Caiado
(DEM) atribui a situações como esta o rombo de R$ 4 bilhões, apresentado ontem
nas contas de 2018 entregues ao TCE. “Seja na Saúde, Educação, Segurança,
Ipasgo, Saneago, ou em qualquer área, se nota a conclusão de que sofremos em
Goiás um vandalismo administrativo. Vandalismo mais corrupção, causa isso aí. O
resultado que temos no estado de Goiás”.

Prazos

Depois de recebidas pelo TCE, o conselheiro Saulo Marques
apresentará relatório em 60 dias. Depois, caberá à Assembleia Legislativa
aprovar ou rejeitar as contas do último ano do governo tucano, assinado por
José Eliton.

Evento único

Os conselheiros foram indicados pelo ex-governador Marconi
e, em 20 anos, só uma vez as contas do executivo foram rejeitadas pelo
Tribunal: quando foram julgados os números do ex-governador Alcides Rodrigues.
Depois, a Alego aprovou.

Imposto único

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o
governo de Jair Bolsonaro pretende criar ainda neste ano o Imposto Único
Federal, com a união de três a cinco impostos. Durante o encontro “Marcha
dos Prefeitos”, em Brasília, Guedes disse que, com o imposto único,
contribuições e impostos serão todos compartilhados com Estados e municípios. No
evento, o economista voltou a defender a reforma da Previdência e o modelo de
privatização. “Todos já sabemos que a reforma da Previdência é importante também
para municípios e Estados”, afirmou. Guedes disse esperar a aprovação da
reforma “nos próximos três a cinco meses”, ou ainda no primeiro semestre, e
disse que os presidentes do Senado e Câmara têm dado apoio. O ministro voltou a
defender a economia de R$ 1 trilhão para poder financiar a capitalização, que
disse ser um regime “muito superior” e disse que pontos sensíveis para os
prefeitos, consequentemente para deputados e senadores, como o Benefício de
Prestação Continuada (BPC), serão discutidos.

CURTAS

Avião – Guedes
defendeu que mudanças são necessárias e disse que Bolsonaro está “voando a mil
por hora” na presidência, cumprindo promessas de campanha.

Voo político –
Depois de duas semanas conturbadas na relação o presidente reencontrou ontem o
deputado Rodrigo Maia (DEM), a quem chamou de “irmão”.

Transporte – A
Assembleia Legislativa recebe ás 14h encontro da CDTC, mas a tarifa está fora
da pauta. A reunião é preparatória para elaborar o novo sistema de gestão.

Realidade

Importante articulador do governador Ronaldo Caiado
confidenciou ontem à Coluna Xadrez que está cada vez mais difícil segurar a
votação da proposta de aumento do orçamento impositivo na Assembleia
Legislativa.

Outra estratégia

“Não há critério para compor e consolidar a base. Sendo
assim, não tem como fechar o número de votos para negar o impositivo. Temos é
que impedir a oposição de conseguir os 25 votos para aprovar”, sugeriu ontem o
político ao governador.

Longe disso

Este articulador admite o desgaste do atual líder da base,
Bruno Peixoto (MDB), e nega que existam 24 deputados “fechados” com o governo
na Casa. “Ainda está longe disso precisamos intensificar as conversas”, diz.

A propósito

Bruno Peixoto vai engrossar a lista de candidatos à
presidência metropolitana do MDB, de olho no controle caiadista do partido para
a eleição em Goiânia no ano que vem. Já disputa com o vereador Clécio Alves e
com o atual presidente, Carlos Júnior.

Fiscalização

A Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) volta a realizar
nas próximas semanas a Operação Limpa Goiânia. O trabalho tem objetivo de retirar
propagandas irregulares usadas por empresas na cidade.

Mantido

O programa de renegociação de dívidas junto à
prefeitura de Goiânia vai até sexta-feira (12). A adesão ainda é baixa, mas o
Paço não pretende prorrogar o prazo.