Isabela Martins*

A Polícia Civil de Goiás confirmou a prisão da técnica de enfermagem Elenita Aparecida de Lucas Correia, e sua tia, na tarde de ontem. A funcionária do ambulatório da Maternidade Nascer Cidadão, na região Noroeste de Goiânia, é suspeita ter roubado um recém nascido, cuja mãe havia disponibilizado para adoção.  A polícia conseguiu localizar o paradeiro da criança. As duas mulheres devem ser autuadas em flagrantes pelo crime de subtração de menor incapaz. 

A criança desapareceu da maternidade na madrugada da quinta-feira. O bebê nasceu na última sexta-feira (24), mas foi abandonado pela mãe entre os dias 25 e 26.  A técnica foi a primeira suspeita do crime, pois estava escalada para trabalhar na recepção do ambulatório e iniciou uma movimentação para a área onde o bebê estava.  O menino foi diagnosticado com sífilis congênita e transferido para a área de onde foi levado. Ele deve retornar a maternidade para continuar tratamento.

Câmeras 

No local ficam três técnicas de enfermagem que deveriam permanecer na recepção do ambulatório. De acordo com a direção do hospital, houve corte da fiação do sistema de monitoramento do espaço onde o bebê estava. Equipes da Polícia Militar e Civil estiveram no local para ouvir funcionários. Fontes da maternidade disseram que dias antes Elenita demonstrava interesse no bebê. Dois casais foram juntos na maternidade insistindo para ter informações a respeito da criança.

O pai da criança entrou em contato com o Conselho Tutelar informando que a mãe era usuária de drogas e residia no bairro Morada do Morro, em Senador Canedo, Região Metropolitana de Goiânia. Em seguida, ele procurou a Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA). Ele não informou se ele e a mulher convivem. 

Interesse

Segundo o conselheiro Ismael Carvalho, o Conselho Tutelar foi acionado pelo hospital e informado que a mãe não teria interesse em ficar com o menino. A mulher fugiu do hospital. “Ele foi diagnosticado com um problema de saúde e ficou internado. Estavamos aguardando essa criança receber alta para buscar uma família extensa ou passar o caso ao juizado, para ela ir a uma instituição acolhedora. Porém, recebemos a notícia que a criança foi raptada aqui dentro da maternidade”.

A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) é gestora da unidade. A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) informou, por meio de nota, que acompanha de perto toda a investigação. Segundo nota, se for apontado o envolvimento de algum servidor da Secretaria, os casos serão apurados por processo legal e as providências serão tomadas. 

A reportagem tentou contato com a Fundahc, que até o fechamento desta matéria não se manifestou sobre o assunto. Também tentamos contato com a Maternidade Nascer Cidadão, mas nossas ligações não foram atendidas. (Isabela Martins é estagiária do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)