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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025
Cidades

Cresce número de hipertensos

Segundo o Ministério da Saúde, 23% da população de Goiânia têm diagnóstico médico da doença

Postado em 18 de junho de 2019 por Sheyla Sousa
Cemitérios públicos de Goiânia podem ser terceirizados
Estudos estão sendo feitos pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) para uma possível terceirização dos cemitérios de Goiânia (Foto: Divulgação)

Higor Santana*

Segundo dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (VIGITEL), do Ministério da Saúde (MS), 23% da população de Goiânia têm diagnóstico médico de hipertensão arterial. E de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número equivale a 344 mil habitantes.  Ainda segundo um levantamento do MS, um em cada quatro goianos com mais de 18 anos recebeu diagnóstico da doença no ano passado (40%), contra 22,6% em 2017. Na população com 65 anos ou mais, 60,9% são hipertensos e 49,5% dos que têm de 49 a 64 anos.

O percentual da população geral permaneceu estável. De acordo com o estudo, 24,3% da população das capitais do país se referiram com a conhecida pressão alta. As mulheres, ainda, continuam com maior índice em relação aos homens, tendo registrado 26,4% contra 21,7% deles. O Rio de Janeiro (RJ) se destaca nesse crescimento, e se mantém pelo segundo ano consecutivo como a capital brasileira com o maior percentual de hipertensos.

A estudante de enfermagem, Paula Ponchio, de 28 anos, descobriu a doença há dois anos. “Descobri porque era muito nervosa, tinha muita ansiedade. Então procurei meu médico, fiz os exames e aí foi constatada a doença. A medicação era para tomar, mais eu não faço uso diariamente por conta de condições financeiras. No começo eu até frequentava a academia, mas foi ficando puxado por conta da falta de tempo, trabalho e estudo”, explica a jovem.

A hipertensão arterial é uma doença crônica determinada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para que o sangue seja distribuído corretamente no corpo.  A doença é um dos principais fatores de risco para a ocorrência do acidente vascular cerebral, enfarte, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca. O problema é herdado dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial, como os hábitos de vida do indivíduo.

De mãe para filha

É como na família de Paula. A mãe, Neusa Maria, de 52 anos, também tem a doença. A dona de casa descobriu a hipertensão há pouco mais de cinco anos, e a partir daí, passou a cuidar melhor da saúde. “É muito ruim. Eu preciso tomar dois comprimidos por dia e sempre que estou preocupada, ela sobe. Desde que descobri passei a fazer caminhada e correr junto com minha filha, mas ela se casou e teve que se mudar, mas isso não me impediu de continuar a me tratar. Quem tem a doença sabe o quanto é ruim. Ainda mais quem sabe o que ela pode provocar”, explica.

Para a prevenção da doença, o Ministério da Saúde recomenda que a população adote alguns hábitos saudáveis, como a prática de atividade física regular e uma alimentação com baixo teor de sal. Para o tratamento, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente medicamentos nas Unidades Básicas de Saúde e pelo programa Farmácia Popular. Para retirar os remédios, é preciso apresentar um documento de identidade com foto, CPF e receita médica dentro do prazo de validade, que são 120 dias.

Alimentação saudável

De acordo com o médico clínico geral Petrônio Gentil, uma alimentação equilibrada é uma das formas de controle da hipertensão arterial. Para ajudar no dia a dia da alimentação do brasileiro foi lançado em 2014, o Guia Alimentar para a População Brasileira. A publicação relata os cuidados e caminhos para alcançar uma alimentação saudável, saborosa e balanceada. 

“Um estilo de vida saudável influencia muito aqui. Dar um basta no sedentarismo, especialmente se valendo de atividades aeróbicas, como correr e nadar, induz a liberação óxido nítrico, substância vasodilatadora. Com as artérias relaxadas, a tendência é a pressão se manter mais baixa”, explica o médico

 

Metade dos hipertensos não controla pressão 

De acordo com um estudo realizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e Secretaria de Estado da Saúde de Goiás, recém-publicado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, cerca de 50,8% dos idosos que moram na zona urbana de Goiânia e que fazem tratamento para hipertensão, não apresenta controle pressórico. No levantamento foram analisados 912 idosos, dos quais 683 (74,9%) eram hipertensos. Desses, 72,6% faziam tratamento.

Do total de hipertensos (683), 431 idosos foram identificados com Pressão Arterial (PA) maior ou igual a 140 e/ou 90 mmHg e 252 idosos com valores pressóricos dentro da normalidade, devido ao uso de medicamentos anti-hipertensivos. Houve diferença da prevalência entre os sexos, sendo 39,8% nos homens e 60,2% em mulheres. “Dos 431 identificados com valores pressóricos alterados, 187 (43,4%) desconheciam o provável diagnóstico da PA e não tratavam”, destaca uma das autoras da pesquisa, Ana Luiza Lima Sousa

Já dos 683 considerados hipertensos, 496 (72,6%) faziam uso regular de medicamentos anti-hipertensivos, sendo que os homens apresentavam taxas inferiores (67,6%) a das mulheres (75,9%). Entre aqueles que tratavam, 252 (50,8%) apresentavam controle da PA (PAS/PAD < 140/90 mmHg), sendo que as taxas de controle foram maiores entre aqueles na faixa etária de 60 a 70 anos. “Entre os alcoolistas, as taxas de controle foram menores”, acrescenta a autora. (Higor Santana é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de cidades Rhudy Crysthian)

 

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