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domingo, 24 de novembro de 2024
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Entrevista

Matheus Fidelis fala sobre sua trajetória e novos projetos

Comediante se apresenta hoje, em Goiânia, ao lado de nomes como Jacques Vanier e Luciano Guima

Postado em 26 de junho de 2019 por Leandro de Castro Oliveira
Matheus Fidelis fala sobre sua trajetória e novos projetos
Comediante se apresenta hoje

Sabrina Moura

Ele é o dono do canal no YouTube intitulado ‘Fidelis Falante’. Em visita
recente ao estúdio do jornal O Hoje, Matheus Fidelis relembrou sua trajetória,
falou de como se tornou comediante e destacou seus novos projetos. Falante se
apresenta, nesta quarta-feira (26), ao lado de nomes, como Jacques Vanier,
Luciano Guima, Luiz Titoin, Luiz França e Dihh Lopes, pelo ‘Comédia ao Vivo’,
no Teatro da PUC, no Jardim Goiás. 

 

O comediante e apresentador, nascido em Cataguases (MG), passou a vida toda se mudando, passando por muitas cidades de Minas, por conta do trabalho do pai, bancário. Morou em Belém (PA) e veio para Goiânia aos 13 anos. “Meus amigos são todos de Goiás, porque, como eu me mudava muito, fiz a minha vida aqui; conheci os amigos da faculdade e, dentre eles (resumindo bastante essa história), o cantor Israel Novaes (quando comecei a cantar)”, conta Matheus.

Segundo o artista, ele e Israel construíram uma amizade boa, e um ano e meio depois seu amigo veio a estourar seu primeiro hit: “Por andar com ele, conheci muita gente. Na época, eu ainda cantava, e um dia o Jorge (da dupla com Mateus) falou que eu deveria ser comediante; me disse que eu até cantava bem, mas eu era mais engraçado (do que cantava bem)”. 

Matheus então começou a reparar e percebeu que, como cantor, ele seria um bom comediante. “Cantava mal demais. Deus me livre!”, brinca. “Ao me decidir virar comediante, pensei o que eu deveria fazer dando origem às entrevistas com os cantores, usando das amizades para me ajudar. Liguei para o Jorge, ele topou na hora, montamos o canal no YouTube, e aí começamos essa loucura que está aí”, completa Fidelis.

Faz aproximadamente um ano e meio que Falante deu início ao canal; antes disso, cantou por oito anos, e revela que nunca teve esse reconhecimento. “Eu acho que acertei no caminho de comediante, e o povo tem gostado, ou mentem quando dizem que gostam (risos). Já cantei forró e até na igreja. Quando eu cantava na igreja, até os fieis iam embora, de tanto que era ruim. Cantei forró no Tocantins, há um tempo, na cidade de Ipueiras; me falaram que seria um show lotado e com fogos. Meu sonho era ter fogos! Quando eu entrei, entrou um cara com um fósforo e um fogo pequenininho; eu pensei que ia ser igual àqueles do Gusttavo Lima! (risos). Cantei, por um tempo, e depois larguei. Agora, é só comédia mesmo”, afirma ele.

Matheus indica que não quis investir em ‘ser cantor’ e também não ‘dava’, pois as pessoas não eram obrigadas a ouvir ‘aquilo’: “Não é que era ruim. Em minha opinião, tem muita gente que é ruim e faz sucesso, mas a vida de cantor também é muito difícil. Brincadeiras à parte, acho que Deus leva a gente para o caminho. Às vezes, você quer fazer alguma coisa, só que as pessoas querem mais te ver fazendo outra, como no meu caso, piadas. Quando eu cantava, as pessoas até ouviam, mas, quando eu contava piada, até os cantores paravam para ouvir a piada. Foi aí que eu percebi que eu devia ser bom para contar (piada)”.

YouTube

O comediante explica que ocorre muita coisa louca na sua vida, e tudo vira texto, tudo vira graça. “No meu show, eu conto muita história do meu cotidiano. Isso é uma forma de mostrar que tudo não precisa ser levado tão a sério. Tudo o que acontece na minha vida ou na dos meus amigos vira texto. A piada nada mais é do que uma visão que ninguém tem sobre um assunto e uma quebra de expectativa, dando um desfecho surpreendente aos acontecimentos. Às vezes, a história por si já é uma piada, e você só precisa saber como contá-la. Como diria Chico Anysio, ‘não existe piada ruim, existe piada mal contada’”, lembra Matheus.

O stand-up dura muito tempo, e o texto não é algo decorado. Segundo o comediante, são coisas que se vivem, e ninguém conta a história melhor do que quem a viveu. Há muita gente que acaba se identificando com as histórias contadas, como exemplo o fato de apanhar da mãe quando criança – algo que não se vê muito atualmente: “Minha mãe me bateu, duas vezes, na minha vida; as outras foram tentativas de homicídio (risos). Ela batia bem demais, e acho até que ela fazia jiu-jitsu escondido. Eu fico contando essas histórias, e as pessoas se identificam”.

Seus vídeos, atualmente, são gravados em um galpão na Capital, sempre às 19h, e, durante a entrevista no estúdio, ele relatou um recente fato engraçado: “Era véspera de feriado, e eu ia gravar com o Marcus Cirillo, do interior de São Paulo, e o Jacques Vanier, daqui de Goiânia. Nesse dia, eu não consegui gravar no horário de costume, pois o Cirillo tinha show até as 22h. Nós jantamos e começamos a gravar por volta das 23h. Após 15 minutas de gravação, eu escutei uns barulhos de tiro, rapaz! Só que, como eu sou da ‘zoeira’, os caras acharam que era brincadeira. De repente alguém começou a gritar, falando que ia matar todo mundo, porque não estava conseguindo dormir. A partir daí, eu já fiquei com medo, e os meninos viram que não era ‘zoeira’, e agacharam no chão. O Jacques já falou ‘meu Deus do céu, vim lá dos Estados Unidos para morrer em um galpão aqui em Goiânia’. Em resumo, a polícia foi chamada, e após o rolo todo, fomos ver que tratava-se de um senhor de uns 74 anos de idade, que nem o registro da arma tinha, e acabou sendo preso. Com isso, eu expliquei para o senhor que, se ele tivesse batido lá, nós tínhamos parado, e que jamais queríamos incomodar, ainda mais um senhor de idade. Eu demorei tanto para estourar, e, quando começo a fazer sucesso, morro com o tiro de um ‘véi’?!. Morrer na guerra é bonito, agora, de um ‘véi’, com um 38, Deus me livre! (risos)”.

Projetos

Além das entrevistas com os cantores por meio do YouTube, Matheus revela que já teve a oportunidade de estar em TV nacional, mas sempre quis ter seu próprio show. “Eu não o configuro como um stand-up, porque a configuração desse formato é só uma luz e o humorista – sem nada. Meu negócio é fazer um show de humor com banda e as piadas. O projeto para esse ano é começar a rodar com o show. Já fui a São Paulo, por duas vezes, para testar as piadas, e a minha prioridade, além de continuar com as entrevistas, é fazer show. Gosto demais de me apresentar e ver o público se identificando”, finaliza ele.

(Sabrina Moura é estagiária do jornal O Hoje sob orientação da editora do Essência, Flávia Popov)

Serviço

‘Comédia ao Vivo’ com Matheus Fidelis e outros artistas

Quando: quarta-feira (26) 

Horário: 19h30

Onde: Teatro da PUC – Campus V (Av. Fued José Sebba, quadra A 16, nº 1.184, Jardim Goiás – Goiânia)

Entrada: originalingressos.com/ 

 

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