Dallagnol recusa convite da Câmara para falar sobre vazamento de mensagens
Em ofício enviado à Casa, procurador afirma que irá se “concentrar na esfera técnica” e que por esse motivo não compareceria à audiência pública marcada para esta terça-feira (9)
Jorge Borges
O coordenador da Operação Lava-Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, recusou o convite feito pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados para falar em audiência pública nesta terça-feira (9). A solicitação era para que comentasse sobre as mensagens atribuídas a ele, ao então juiz, Sérgio Moro e outros procurados da força-tarefa pelo site “The Intercep Brasil”.
Dallagnol enviou um ofício ao presidente da Comissão, deputado Helder Salomão (PT-ES) no dia 04 de julho em que afirmava que irá “concentrar na esfera técnica” suas declarações sobre o caso. O procurador iniciou o texto afirmando que o Congresso Nacional é uma das “instituições mais relevantes” da democracia e é responsável pela definição dos rumos do país, mas afirmou que, como membro do Ministério Público, sua função é “desempenhar trabalho de natureza técnica perante o Judiciário.”
Ele afirmou ainda que não reconhece a autenticidade e a veracidade das mensagens, e declarou que elas estão sendo utilizadas para “atacar” a Operação Lava-Jato. Dallagnol também recebeu um convite para depor, sobre o mesmo assunto, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, mas ainda não respondeu se irá ou não.
O editor e fundador do site The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, também foi convidado pelo senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), para prestar esclarecimentos no Congresso e deve falar aos parlamentares na próxima quinta-feira (11).