Ex-secretária e gestores têm bens bloqueados por fraude em merenda
Falta de controle nos estoques causou prejuízos
Aline Bouhid
Foi decretado o bloqueio de bens, em quase R$ 280 mil, da ex-secretária de Educação de Goiânia, Neyde Aparecida da Silva, e de sete gestores que estiveram na pasta entre 2013-2015. Em auditorias realizadas à época, foram constatadas diferenças entre a quantidade de carne entregue e a emitida em notas fiscais, numa disparidade de mais de 60 mil quilos. Além disso, outras inconformidades foram encontradas, como ausência de relatórios de controle, balanças inadequadas para medição dos alimentos e discrepância entre documentos de manejo da merenda e as guias entregues pelos fornecedores.
No processo, o promotor Fernando Krebs, que está à frente do caso, aponta que a omissão dos agentes públicos citados acarretou a falta de controle na compra, guarda e distribuição da merenda escolar, acirrando a possibilidade de fraudes envolvendo o erário e os estudantes. Os ex-chefes de Divisão do Departamento de Alimentação Educacional (Dale) Amarílis Ribeiro Caixeta, Ewaldo Aleixo da Mota, Irene Pereira da Silva, Maria de Fátima Barcelos Lima Leite, Rita de Kássia da Rocha Frazão e dos ex-diretores do Dale Noeme Diná Silva e Wesley Batista da Silva foram acionados em maio deste ano pela prática de atos de improbidade administrativa.
Entenda
Em 2015, a Controladoria-Geral do Município ordenou visitas técnicas nas escolas municipais para verificar o controle da merenda perecível e não perecível no sistema de armazenamento e controle de recebimentos nas unidades. O objetivo foi analisar a estrutura organizacional da Dale, no conhecimento de normas e no comparativo dos relatórios do mapa da merenda com as respectivas guias de remessa da instituição de ensino. Em visitas técnicas em sete escolas municipais de tempo integral foram encontrados pontos críticos, sobretudo, a má qualidade dos alimentos, bem como a dificuldade de seguir o cardápio e repetições de alimentos servidos.