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domingo, 24 de novembro de 2024
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Perigo

Menos da metade dos alunos recebem orientações para usar internet com segurança

A pesquisa feita nas escolas mostra que a maioria dos estudantes faz uso da rede sem acompanhamento. E, assim como os professores, a navegação é feita utilizando os próprios pacotes de dados.

Postado em 16 de julho de 2019 por Leandro de Castro Oliveira

Nielton Soares 

Uma pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) TIC Educação, divulgada nesta terça-feira (16) mostra que apenas 44% dos estudantes de escolas públicas receberam orientações dos professores sobre o uso da internet de um maneira segura. E, um percentual menor, 33% dos alunos, disseram que os professores falaram sobre o que fazer se algo os incomodasse no acesso à rede. 

Ao todo, foram entrevistados 11.142 estudantes de 5º e 9º ano do ensino fundamental e do 2º ano do ensino médio, em todo o país. A pesquisa demonstra ainda que o cenário é diferente nas escolas particulares. Onde 68% dizem ter aprendido com docentes acerca da segurança na rede e 59% receberam orientações para agir caso sejam incomodados.

Segundo a pesquisa, a maioria dos estudantes, 78%, navega sozinha, em busca de informações sobre tecnologias. O mesmo percentual se informa por vídeos ou tutoriais disponíveis na rede. Entre os estudantes, 76% dizem também se informar com amigos ou parentes. E apenas 44%, afirma se informar com os professores.

Já os docentes entrevistados, 67%, diz que incentivam os alunos a debaterem sobre problemas que enfrentam na internet e 61% dizem que promovem debates com os alunos a respeito do uso da internet de forma segura.

No total, 38% dos docentes justificaram que auxiliam algum aluno a enfrentar situações ocorridas na internet, como bullying, discriminação, assédio e disseminação de imagens sem consentimento. Os profissionais disseram que estão se aprimorando em relação às tecnologias, ainda que por conta própria.

Acesso

“A infraestrutura ainda é um desafio para os professores, tanto no que diz respeito à atualização dos computadores, à velocidade de conexão, quanto ao fato de em algumas escolas não haver sequer conectividade que seja suficiente para atender alunos e professores”, alerta a coordenadora da pesquisa TIC Educação, Daniela Costa. “Ao invés de usar a sala de informática, que tem horário para usar e que nem sempre tem conexão que funciona, eles usam o próprio celular”.

A pesquisa mostra que 51% dos professores de escolas públicas e 44% de particulares tiveram que usar os próprios pacotes de dados em atividades pedagógicas. Tanto nas públicas quanto nas particulares, 27% dos alunos usaram os próprios pacotes de dados do celular para atividades educacionais. No total, quando usaram celulares, apenas 27% dos professores e 10% dos alunos usaram o wi fi da escola.

Escola rural

O acesso é ainda mais difícil nas escolas rurais, pois 52% dos professores utilizam do próprio dispositivo para desenvolver atividades com os estudantes.

A porcentagem de escolas rurais com computadores caiu. Em 2017 para 2018, de 50% para 43%. Já o número de computador portátil caiu de 34% para 30%. Somente 6% das escolas – tanto em 2017 quanto em 2018 – disseram possuir acesso a tablets.

Mas a conexão é outro problema. Nem todos esses equipamentos são conectados à internet. Nas escolas urbanas 98% das escolas têm ao menos um computador conectado à rede. E, entre as escolas localizadas em áreas rurais, essa porcentagem cai para 34%.

O que vem aumentando é uso de celulares. Em 2017, 48% dos gestores disseram usar o aparelho para, por exemplo, se comunicar com os pais dos alunos e com a Secretaria de Educação. Além de acessar páginas da internet e enviar mensagens. No ano passado, o percentual subiu para 58%. Outro aumentou foi uso de aparelhos particulares, não custeados pela escola, de 42% para 52%.

 

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