Daniell Alves

O Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA) 2019 continua sem data de previsão para acontecer. A programação deste ano, que deveria ter sido realizada em junho, depende do pagamento de dívida no valor de R$ 1,5 milhão da gestão passada, afirma a Secretaria de Cultura de Goiás (Secult). Segundo o órgão, o evento ainda está em análise pelo Governo de Goiás.

De acordo com o secretário estadual de Cultura, Edival Lourenço, o festival não aconteceu no primeiro semestre porque era preciso começar a pensar na produção desde o ano passado. “Agora, o evento está sendo reformulado, repensado e reestruturado” explicou o secretário.

A estudante de jornalismo, Natália Lima, que participou do festival em edições anteriores, lamenta o descaso do Estado para realização da mostra. Ela reconhece o FICA como de extrema importância para instigar o acesso à cultura nas cidades goianas. “Quase não temos incentivos ou programas culturais aqui. O FICA, por exemplo, é a oportunidade que temos para utilizarmos as ferramentas que estão à disposição”, destaca.

Em nota, a Secult informa que “a realização do festival depende de definições, inclusive legais, em relação, por exemplo, ao pagamento de valores anteriores deixados em aberto pelo governo passado”. O valor que está em análise é de cerca de R$ 1,5 milhão, sendo R$ 280 mil em premiações. A questão depende, ainda, de posicionamento das áreas jurídicas e de controle interno do governo.

A Secult diz que os valores não repassados pelo governo anterior estão relacionados com a Organização Social que cuidava do festival.

De acordo com o secretário, o evento precisa ser repensado de forma que fique mais barato no orçamento do Estado. “Não tem estimativa de orçamento para este ano. Em 2018 foram R$ 3 milhões, mas a intenção é fazer um festival mais barato e melhor e estamos buscando parcerias para o evento”, afirma.

Considerado um dos mais importantes 

O FICA é um dos projetos mais importantes do Estado de Goiás. Se realizado neste ano, vai para sua 21ª edição. A programação ocorre, geralmente, em junho por ser o mês do meio ambiente. O evento acontece todos os anos na Cidade de Goiás e intercala mostras de cinema competitivas e especiais, além de cursos, workshops e apresentações musicais.

O Festival do ano passado reuniu mais de 40 mil pessoas na Cidade de Goiás, de acordo com a organização do evento. Cerca de 6 mil visitantes passaram pelas salas de cinema, mesas de meio ambiente, de cinema e oficinas e minicurso realizadas na edição. Esse número repetiu o recorde de público de 2017.

O projeto adquiriu solidez e independência, marcando-se como um dos mais importantes acontecimentos do calendário cinematográfico mundial. Desde a primeira edição, o festival tem descrito uma trajetória de crescimento e consolidação. Uma das causas dessa ascensão é o fato de possuir a maior premiação da América Latina no gênero: R$ 240 mil em prêmios. (Daniell Alves é estagiário do Jornal O Hoje sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian)