Ingryd Bastos

O planeta Terra atingiu seu esgotamento máximo de recursos naturais que a população precisaria para o resto do ano, nesta segunda-feira, 29. Isso significa que a humanidade já consumiu todos os recursos que o planeta poderia gerar naturalmente em um ano. 

A data limite de 2019 foi atingida três dias antes que em 2018 e mais cedo que toda a história, de acordo com o cálculo da Organização Não Governamental (ONG), Global Footprint Network.

Ainda segundo os dados da ONG, seria necessário a existência de quase dois planetas Terra para dar conta da produção e consumo atual. Até o fim desse ano, o mundo está em uma espécie de “Cheque Especial” no uso de recursos como água, animais, ar puro, plantio de alimentos, mineração, extração de petróleo, esgotamento de solo, entre outros.

O Dia de Sobrecarga da Terra é medido desde 1986. Em 1970 o mundo já tinha entrado em déficit com relação ao consumo dos recursos naturais a mais do que o planeta consegue produzir, durante os últimos 20 anos esse calendário só antecipa. Em 1993, a data limite ocorreu em 21 de outubro, em 2003 foi dia 22 de setembro e em 2017, dia 2 de agosto.

“A humanidade utiliza atualmente os recursos ecológicos 1,75 mais rápido do que a capacidade de regeneração dos ecossistemas. Gastamos o capital natural do nosso planeta reduzindo ao mesmo tempo sua capacidade futura de regeneração”, expressou em nota, a Global Footprint Network.

A medida é feita anualmente em cada país, o relatório da ONG constatou que se o mundo vivesse como os franceses seriam necessários 2,7 planetas. E se a humanidade inteira tivesse o mesmo nível de consumo dos americanos, seriam necessários cinco Terras.

Os especialistas dizem que essa situação ainda pode ser reversível, mas não é nada fácil. Para começar seria necessário de imediato diminuir em 50% as emissões de Dióxido de Carbono (CO2) , para o planeta ganhar um fôlego de 93 dias, atrasando a sobrecarga da Terra até outubro, segundo a World Wide Fund for Nature (WWF).