MPF pede condenação de integrantes do “Novo Cangaço”, em Goiás
As práticas do grupo ficaram conhecidas como de “cangaceiros” ao levar terror às cidades do interior do Estado.
Nielton Soares
O Ministério Público Federal (MPF) em Goiás requereu à Justiça a condenação de integrantes da organização criminosa, que ficou conhecida como “Novo Cangaço”. Eles foram presos durante a operação policial: “Novo Cangaço”, em maio de 2018. As investigações à época mostraram que o grupo participou de vários assaltos a bancos e a carros-fortes no interior de Goiás.
Eles agiam especialmente nas cidades menores, como Abadia de Goiás e Ipameri, e levavam terror aos cidadãos. O grupo fazia um levantamento sobre o município e chegava a essas cidades durante a madrugada. A ação principal era neutralizar os agentes de segurança pública, fazendo vários disparos de fuzil a bases da Polícia Militar ou a delegacias. Após isso, explodiam os caixas eletrônicos das agências bancárias com o uso de dinamites. E, por fim, não raro, usava os moradores como escudo humano durante as fugas.
A polícia constatou também diversos roubos a carros-fortes, que ocorriam nas rodovias. Os acusados utilizavam veículos adaptados para fazer a interceptação dos blindados das transportadoras de valores. Quando localizados, esses veículos eram alvejados ainda em movimento. Com o grupo os investigadores apreenderam explosivos, material para adaptar veículos e diversas armas de grosso calibre. O arsenal estava escondido em chácaras e fazendas de responsabilidade de membros da organização criminosa.
Segundo o MPF, o mentor da quadrilha é Lúcio Flávio, que teve conhecimento sobre o uso de explosivos por meio do sargento reformado da Marinha do Brasil, Carlos Antônio. Cuja formação militar o qualificava para o manuseio e uso de explosivos. Os promotores requereram ainda a condenação de Jardel Nascimento Alves Ferreira, Edmilson Ribeiro do Vale, Carlos Antônio Nunes Tavares. Ele todos foram acusados por crimes previstos na Lei de Organizações Criminosas e no Estatuto do Desarmamento.
Relembre o caso
O grupo “cangaceiros” agia em cidades onde o efetivo policial era menor. Apavoravam os poucos agentes de segurança, efetuando disparos nas portas de suas casas, na delegacia e nos postos da PM. Depois se dirigiam aos bancos, explodiam caixas eletrônicos e o cofre da agência. Um dos últimos casos foi no município de Mara Rosa, no norte do Estado. A ação teria sido executada por 12 criminosos. Eles estavam em duas caminhonetes Hilux, uma Picape Strada e um Palio Weekend. Após esse episódio, houve ainda uma tentativa em São Luís do Norte. Eles tentaram roubar um cofre de um posto de combustíveis, mas, a ação foi frustrada com a chegada da Polícia Militar. Na ocasião, houve confronto, com a morte de dois suspeitos, um preso e uma fuga. A partir daí, as investigações começaram a desmantelar a organização criminosa “Novo Cangaço”.