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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Terror no interior

MPF pede condenação de integrantes do “Novo Cangaço”, em Goiás

As práticas do grupo ficaram conhecidas como de “cangaceiros” ao levar terror às cidades do interior do Estado.

Postado em 1 de agosto de 2019 por Nielton Soares
MPF pede condenação de integrantes do “Novo Cangaço”
As práticas do grupo ficaram conhecidas como de “cangaceiros” ao levar terror às cidades do interior do Estado.

Nielton Soares

O Ministério Público Federal (MPF) em Goiás requereu à Justiça a condenação de integrantes da organização criminosa, que ficou conhecida como “Novo Cangaço”. Eles foram presos durante a operação policial: “Novo Cangaço”, em maio de 2018. As investigações à época mostraram que o grupo participou de vários assaltos a bancos e a carros-fortes no interior de Goiás.

Eles agiam especialmente nas cidades menores, como Abadia de Goiás e Ipameri, e levavam terror aos cidadãos. O grupo fazia um levantamento sobre o município e chegava a essas cidades durante a madrugada. A ação principal era neutralizar os agentes de segurança pública, fazendo vários disparos de fuzil a bases da Polícia Militar ou a delegacias. Após isso, explodiam os caixas eletrônicos das agências bancárias com o uso de dinamites. E, por fim, não raro, usava os moradores como escudo humano durante as fugas.

A polícia constatou também diversos roubos a carros-fortes, que ocorriam nas rodovias. Os acusados utilizavam veículos adaptados para fazer a interceptação dos blindados das transportadoras de valores. Quando localizados, esses veículos eram alvejados ainda em movimento. Com o grupo os investigadores apreenderam explosivos, material para adaptar veículos e diversas armas de grosso calibre. O arsenal estava escondido em chácaras e fazendas de responsabilidade de membros da organização criminosa.

Segundo o MPF, o mentor da quadrilha é Lúcio Flávio, que teve conhecimento sobre o uso de explosivos por meio do sargento reformado da Marinha do Brasil, Carlos Antônio. Cuja formação militar o qualificava para o manuseio e uso de explosivos. Os promotores requereram ainda a condenação de Jardel Nascimento Alves Ferreira, Edmilson Ribeiro do Vale, Carlos Antônio Nunes Tavares. Ele todos foram acusados por crimes previstos na Lei de Organizações Criminosas e no Estatuto do Desarmamento. 

Relembre o caso

O grupo “cangaceiros” agia em cidades onde o efetivo policial era menor. Apavoravam os poucos agentes de segurança, efetuando disparos nas portas de suas casas, na delegacia e nos postos da PM. Depois se dirigiam aos bancos, explodiam caixas eletrônicos e o cofre da agência. Um dos últimos casos foi no município de Mara Rosa, no norte do Estado. A ação teria sido executada por 12 criminosos. Eles estavam em duas caminhonetes Hilux, uma Picape Strada e um Palio Weekend. Após esse episódio, houve ainda uma tentativa em São Luís do Norte. Eles tentaram roubar um cofre de um posto de combustíveis, mas, a ação foi frustrada com a chegada da Polícia Militar. Na ocasião, houve confronto, com a morte de dois suspeitos, um preso e uma fuga. A partir daí, as investigações começaram a desmantelar a organização criminosa “Novo Cangaço”. 

  

 

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