Ministro Gilmar Mendes cobra providência da PGR sobre a Lava Jato
Ele chegou a chamar de organização criminosa a força-tarefa do Paraná por investigar integrantes do STF. Foto: Agência Brasil.
Nielton Soares
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, exigiu nesta terça-feira (6) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) tome providencias sobre os desmandos da Lava Jato. As últimas notícias divulgadas pela a imprensa, em parceria com o site The Intercept Brasil, apontam que a força-tarefa do Ministério Público Federal do Paraná planejou investigar Mendes e seu colega, o presidente da Corte, Dias Toffoli.
O ministro foi enfático em afirmar que “Está na hora de a procuradoria tomar providências em relação a isto”. Para Mendes “tudo indica, e acho que à medida que os fatos vão sendo revelados, que nós tínhamos uma organização criminosa para investigar”.
O vazamento das conversas entre os membros da força-tarefa da Lava Jato foi publicada em reportagem, nesta terça-feira (6), pelo jornal El País. O jornal espanhol fechou parceria com o site The Intercept Brasil, que recebeu de fonte anônima arquivos de aplicativos de celular dos planos os promotores do Paraná. De acordo com a matéria, eles planejaram investigar um possível direcionamento de recursos ilícitos ao ministro Gilmar Mendes por meio de contas na Suíça.
As mensagens publicadas indicam que o intuito dos procuradores era encontrar indícios que pudessem afastar Mendes do STF. Na semana passada, o jornal Folha de São Paulo havia noticiado que também o presidente da Corte, Dias Toffoli, foi alvo de tentativas de investigação por parte da Lava Jato no Paraná. O caso se tornou grave, uma vez que os procuradores da Lava Jato não tem competência constitucional para investigar ministros do Supremo.
Hackers
Os ministros Luiz Fux e Alexandre de Moraes determinaram, em diferentes processos, o encaminhamento ao STF de todo material apreendido pela Polícia Federal (PF) com os hackers. A investigação apura a invasão dos aparelhos celulares de autoridades da República, Dentre elas os procuradores da força tarefa da Lava Jato e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Ele e Deltan Dallagnol afirmam não ser possível auferir a autenticidade e a integridade das mensagens publicadas pela imprensa.