“Quem manda sou eu. Ou vou ser presidente banana?”, declara Bolsonaro à PF
O chefe do Executivo anunciou ontem que trocaria superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro. Foto: Reprodução.
Jorge Borges
Após anunciar que tiraria do cargo o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, o delegado Ricardo Saadi, Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que é ele quem manda na corporação. O chefe do Executivo respondeu que as mudanças na PF devem ser analisadas por ele.
Na manhã desta sexta-feira (16) ao deixar o Palácio do Planalto, o presidente reafirmou sua autoridade. “Se ele resolveu mudar, vai ter que falar comigo. Quem manda sou eu, vou deixar bem claro. Eu dou liberdade para os ministros todos, mas quem manda sou eu. Pelo que está pré-acertado, seria lá o [superintendente] de Manaus”, declarou Bolsonaro.
Presidente disse que ficou sabendo da substituição na chefia da PF no Rio pelo o delegado de Manaus, Alexandre Silva Saraiva, após ter a indicação de outro nome para o cargo, de Carlos Henrique Oliveira, superintendente em Pernambuco.
“Pergunta para o ministro da Justiça [Sergio Moro]. Já estava há três, quatro meses para sair o cara de lá. Quando vão nomear alguém, falam comigo. Eu tenho poder de veto ou vou ser um presidente banana agora, cada um faz o que bem entende e tudo bem?”, disse o presidente referindo-se à mudança.
Bolsonaro afirmou ainda, nessa quinta-feira (15) que trocaria o superintendente no Rio de Janeiro por “questão de produtividade” e um “sentimento” para evitar problemas. Nesta sexta, para tentar amenizar a reação das entidades de delegados e agentes, que se sentiram desrespeitadas pela maneira como o presidente tratou o delegado, Bolsonaro tentou desfazer as animosidades, afirmando que Saadi “vai produzir melhor em outro lugar” e disse que não questionou a “falta de produtividade” do delegado.
“Eu falei sobre produtividade e não falta de produtividade”, apontou. Ao explicar a fala, Bolsonaro disse ainda que há uma tentativa de fazer com que ele se indisponha com a PF e que isso ele não vai deixar ocorrer. (*Com informações do Metrópoles)