“A situação aqui em Goiás é de estágio crítico”, diz Paulo Tafner
A situação da previdência dos servidores estaduais foi apresentada a integrantes do Legislativo e Judiciário pelo governador Ronaldo Caiado e pelo especialista na área, consultor e economista Paulo Tafner nesta quinta-feira (17).
Aline Bouhid
A situação da previdência dos servidores estaduais foi apresentada a integrantes do Legislativo e Judiciário pelo governador Ronaldo Caiado e pelo especialista na área, consultor e economista Paulo Tafner nesta quinta-feira (17). A PEC 06/2019, que tramita no Congresso Nacional, institui regras somente para o âmbito da União. “Então essa é a razão pela qual devemos discutir. A situação aqui em Goiás é de estágio crítico”, alertou o economista. Na próxima segunda-feira, o governador vai enviar para a Assembleia projeto de reforma da previdência estadual. Entre os pontos para análise, está prevista alíquota extra temporária.
De acordo com os dados apresentados, Goiás vai fechar 2019 com um rombo previdenciário de R$ 2,9 bilhões. Se nada for feito para mudar o cenário, em 10 anos o montante subirá para R$ 5,9 bilhões. Caiado reconheceu que se trata de um assunto delicado, mas ao mesmo tempo necessário porque afeta a saúde financeira do Estado. “Precisamos tomar decisões objetivas, no sentindo de conter esse processo estruturante que é o déficit da previdência”, conclamou. Atualmente, Goiás possui mais servidores inativos (67.249) do que ativos (62.940). Em comparação a 2009, o crescimento no número de pensionistas e inativos foi de 73%. E, daqui 10 anos, a projeção indica que metade dos ativos de hoje estarão prontos para se aposentar.
Os cálculos apresentados pelo economista apontam para um cenário de caos e paralisia. “Goiás, como qualquer outro Estado, virou uma grande folha de pagamento”, afirmou, apresentando outro comparativo assustador. O custo com aposentados e pensionistas hoje corresponde a 74% do que o governo estadual investe em saúde, educação e segurança, que são áreas essenciais. E, daqui dez anos, esse percentual subirá para 94%. “Temos que fazer reforma porque essa situação determina a falência do Estado de Goiás”, enfatizou Tafner.
O presidente do Tribunal de Contas do Estado, Celmar Rech, validou a credibilidade dos dados apresentados pelo presidente da GoiásPrev, Gilvan Cândido, ressaltando também a necessidade de criar uma gestão única previdenciária, conforme determina a Constituição Federal. “Temos convicção na aprovação da PEC. Estaremos adotando uma ação de responsabilidade fiscal e previdenciário. Tem todo apoio do TCE”, disse.
* Com informações de Assessoria