Após 13 anos no poder, Evo Morales renuncia à Presidência da Bolívia
Mais cedo, presidente da Bolívia havia concordado em convocar nova eleição, depois que OEA apontou irregularidades no pleito em que foi reeleito em 20 de outubro
Eduardo Marques*
Evo Morales renunciou à presidência da Bolívia em meio a uma profunda crise política no país. Ele deixou a capital La Paz e desembarcou em Cochabamba, sua região, para se encontrar com líderes cocaleiros. Ele se disse vítima de um golpe “cívico-político-policial” e afirmou que renunciou para tentar pacificar o país. O jornal argentino Clarín, um dos principais de seu país, afirmou que o presidente abandonou a Bolívia e viajou para a Argentina no avião presidencial.
“Renuncio a meu cargo de presidente para que (Carlos) Mesa e (Luis Fernando) Camacho não continuem perseguindo dirigentes sociais”, disse Morales em discurso transmitido pele TV, referindo-se a líderes opositores que convocaram protestos contra ele desde o dia seguinte às eleições de 20 de outubro.
“Não é nenhuma traição. A luta continua. Estamos deixando uma nova Bolívia livre e em processo de desenvolvimento. Vamos continuar junto ao povo”, afirmou Morales Imediatamente após o anúncio, houve comemoração nas ruas de La Paz, com milhares de manifestantes soltando rojões e balançando bandeiras bolivianas.
O comandante-chefe das Forças Armadas da Bolívia, o general Williams Kaliman, havia pedido hoje a Morales que renunciasse. O país mergulhou em uma crise, com uma onde de protestos contra a questionada reeleição de Morales na votação de 20 de outubro, nas quais a OEA (Organização de Estados Americanos) viu irregularidades.
*Com informações do “UOL” e “Clarín”