Nielton Soares

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) apura se a filha do proprietário da Construtora Borges Landeiro, sócia da empresa, ocultou bens. As investigações identificaram que ela transferiu sete imóveis para o nome da mãe, cinco meses antes de ser decretada a falência da construtora. 

A acusada, Camila, se encontra nos Estados Unidos e já tem um mandado de prisão contra ela. Ao site de notícias G1, Camila disse que virá ao Brasil para se defender das acusações. 

A defesa, Roberto Serra, representante da empresa, contou ao G1, que os fatos já divulgados não configuram crime e são atos lícitos. 

Para os investigadores, a Construtora Borges Landeiro tinha recursos financeiros para quitar as dívidas e, assim, evitar a falência, porém houve a fraude, por meio da ocultação de bens.

O esquema

O MP-GO afirmou que os envolvidos descobriram como lucrar por meio do processo judicial, usado para recuperação de uma empresa falida. 

O núcleo atuando a partir de São Paulo e com alto poder aquisitivo, oferecia maneiras lícitas e ilícitas para empresas declararem dificuldades financeiras e buscar a recuperação judicial. Ao todo, os investigadores encontraram uma lista com 260 empresas, que foram oferecidos o serviço.

O esquema era desviar todo o patrimônio para terceiros e justificar o pedido judicial de socorro. As principais empresas alvos eram as com patrimônio e liquidez. Na sequência, a empresa em recuperação era comprada por outra, por valor abaixo do mercado e depois era revendida. 

A organização criminosa foi desarticulada pela Operação ‘Máfia das Falências’, que cumpriu 26 mandados de busca e apreensão e 26 sequestros de bens. Dentre eles, propriedades rurais que chegam a custar R$ 600 milhões e oito carros de luxo e o bloqueio de bens no total de R$ 500 milhões.